26.12.06

Adiós, 2006!

Após a expulsão na final da Copa, Zidane caminha aos vestiários. A cabeçada em Materazzi foi a cena mais marcante em 2006.

Nesse período de entresafra do futebol brasileiro e mundial, nos resta lembrar dos fatos marcantes de 2006. Novas forças surgiram, equipes consolidaram as boas fases e muitas farsas ficaram pelo caminho. Não faltaram emoções e surpresas e tentaremos relembrá-las aqui, numa espécie de retrospectiva.

Na primeira grande competição de 2006, a Copa SP de Futebol Júnior nos mostrou a primeira grande surpresa do ano. Em meio a "inchada" competição, América de Rio Preto e Comercial de Ribeirão Preto fizeram a finalíssima. E o goleirão do Diabo, André Zuba, foi o grande herói da final. Dois pênaltis defendidos e um pênalti convertido por ele garantiram o título inédito ao América.

Nos estaduais, nenhuma grande surpresa. Os grandes fizeram sua lição de casa e garantiram os canecos regionais. Em São Paulo, Tricolor e Santos disputaram palmo a palmo o título, mas pesou a regularidade do time de Luxemburgo, que venceu a competição por um ponto. No Rio, o Botafogo deu um chega pra lá na zebra e derrotou o Madureira na final. O craque do Fogão era Dodô, que já retornou ao clube após seis meses no futebol árabe.
Na esvaziada Copa do Brasil, caminho aberto para as equipes cariocas. Com São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Inter na Libertadores, o nível técnico da competição caiu vertiginosamente. Vasco e Flamengo, com dois times bem parecidos, fizeram a final da competição. Depois de vencer a primeira partida por 2 a 0, o Mengo foi com grande vantagem na finalíssima. E a expulsão de Valdir Papel no início da decisão facilitou as coisas para o Flamengo, que atropelou o rival e conquistou o título. Resta saber se o rubro-negro vai fazer melhor do que sua última participação na Libertadores, quando nem passou da primeira fase.

Enquanto isso, a Europa aquecia as turbinas para a Copa 2006. E nas ligas nacionais, nenhuma grande surpresa. Barça, Chelsea, Bayern, Porto, Lyon e Juventus (título caçado posteriormente) levantaram os canecos. Mas a grande competição na Europa durante o primeiro semestre de 2006 foi a Liga dos Campeões. O futebol vistoso do Barcelona foi o foco da competição e o título dos catalães foi incontestável. Atropelando grandes forças como Chelsea, Benfica e Milan, a final entre Barça e Arsenal pois frente a frente a defesa sólida dos ingleses contra o ataque arrasador dos catalães. E o Stade de France, palco da grande final, viu a redenção do esforçado Belletti, autor do gol do título. Enquanto a estrela de Belletti brilhava, Ronaldinho, apesar do vistoso futebol apresentado durante toda a competção, falhou em se destacar nas horas decisivas, como seria de praxe neste ano de 2006.

Na Libertadores, a final colocou frente a frente as duas melhores equipes sulamericanas em 2006: o São Paulo, em busca do tetra e o regular Inter, de Abel Braga. Dois jogaços deram o clima desta disputada final. A expulsão de Josué e a vitória no Morumbi na primeira partida facilitaram o trabalho para que o Inter conquistasse o inédito título da mais importante competição sulamericana. Jogadores como Tinga, Sóbis e Fernandão comandaram a equipe ao título.

Mas a grande vedete no futebol neste ano de 2006 foi a Copa do Mundo da Alemanha. Cercada de expectativas, o Brasil surgia como o grande favorito e virtual campeão, como ocorreu com a frança e a Argentina em 2002. E o futebol mostrou novamente que título não é ganho na vespera, na lábia eufórica da imprensa. Numa Copa em que todos esperavam o futebol vistoso de Ronaldinho, Adriano, Kaká C. Ronaldo, Shvchenko e etc. vimos a consagração de defensores e volantes como Vieira, Zé Roberto, Pirlo, Materazzi, Lúcio, Lahm e Cannavaro. Comendo pelas beiradas, a Itália de Marcello Lippi conquistou o tetra na final contra a França. A Copa foi tão atípica que a cena que marcou a competição foi a cabeçada que Zidane deu em Materazzi. Quem diria...E o Brasil foi, sem dúvidas, a maior decepção dessa Copa. Badalado por toda a imprensa e patrocinado pela Rede Globo, a seleção mostrou-se um time individualista, sem comando e principalmente, sem brio algum. Era visível a "panceta" de Ronaldo, a apatia de Ronaldinho, a marra de Adriano. Esses elementos garantiram a maior decepção do futebol brasileiro desde o Maracanaço, na final de 1950. Nunca um título foi tão esperado no país.

Mas apesar do baixo nível de gols, a Copa registou os últimos suspiros de genialidade de Zidane. Cabeçadas à parte, o meia francês esteve presente quando a França precisou dele e o vice-campeonato lhe garantiu um final de carreira digno, jogando o futebol classudo que encantou a todos. E a Copa trouxe redenção à Itália, afundada na lama do escândalo do Calciocaos. Mas nem só de defesas viveu a Copa. Grandes jogos encheram os olhos dos torcedores, como Argentina X Alemanha, Itália X Alemanha, Argentina e Sérvia e Montenegro, etc. A anfitriã Alemanha fez bonito dentro e fora de campo. Com um organização impecável nos bastidores e uma seleção que cresceu dentro da competição, o NationalElf conseguiu uma honrosa terceira colocação. Antes da Copa, Klinsmann era contestado pelos maus resultados, mas cresceu junto com a equipe na hora certa. Jogadores como Klose, Lahm, Frings e Schweinsteiger comandaram a seleção, que contaminou e uniu todo um país. Coisas que só o futebol pode proporcionar.


No pós-Copa, o Brasileirão mostrava a ascensão do São Paulo. Depois de dois vices campeonatos, o Tricolor destacou-se jogando um futebol vistoso e coletivo, em uma equipe bem comandada por Muricy Ramalho. E o baixo nível técnico deste Brasileirão fez com que a organização dentro e fora de campo da equipe fizesse a diferença. Tanto que na seleção do campeonato, a maioria dos jogadores era do São Paulo. Os gaúchos fizeram bonito e garantiram boas colocações com Inter e Grêmio. Dos grandes, Corinthians, Palmeiras e Fluminense brigaram para não cair. Mas a incompetência de fracas equipes como Fortaleza, Ponte, Santa Cruz e São Caetano facilitaram as coisas aos times em perigo. Destaque também para a mobilização do Atlético/MG, que caminhou junto à sua torcida e chegou novamente a elite do futebol nacional. Sport, Náutico e América/RN garantiram a representatividade do Nordeste na elite do futebol brasileiro. A Lusa quase caiu, mais uma vitória épica deixou a equipe, que ainda está na UTI, respirando por aparelhos na Segundona.
Na última grande competição do ano, O Inter mostrou novamente, como na Copa do Mundo, que título não é ganho na véspera. O badalado Barcelona chegou ao Japão como ultra-favorito ao Mundial Interclubes. O show contra o América mexicano catalizou ainda mais o favoritismo dos catalães, frente a um Inter que jogou um futebol razoável contra o Al-Ahly. Mas o futebol-operário da equipe de Abel Braga foi o diferencial para o título. Ao invés de Ronaldinho, brilhou Iarley. E apesar da supervalorização de Alexandre Pato, bom jogador, o Inter foi uma equipe compacta, coesa, que jogou com o coração. Título merecidíssimo.

No saldo, 2006 foi um ano excepcional aos amantes do futebol em geral. Com certeza mostrou porque é o esporte mais apaixonante, por sua imprevisibilidade e competitividade. E esperamos que 2007 seja um ano melhor ainda.

*********************************************************


Quero aproveitar esse espaço pra desejar a todos os amigos e leitores do Opinião FC os votos de um Feliz 2007, com muita paz, prosperidade e sucesso a todos. Em apenas quatro meses de blog, foram quase 3000 visitas. A equipe do Opinião FC agradece a todos e espera que 2007 seja um ano de crescimento e maturação do blog, sempre abrindo seus canais para que todos possam participar das discussões propostas nos artigos de todos os colunistas.

21.12.06

A "Ronaldinha" de Estocolmo

18 de dezembro de 2006. Um dia para ser guardado na memória do futebol brasileiro. Um dia que mostra como a superação e a determinação de um atleta podem alcançar proporções incomensuráveis. Não estou falando do título do Internacional, nem do fracasso de Ronaldinho Gaúcho, mas sim, falo de Marta Vieira da Silva, primeira atleta brasileira a conquistar o prêmio de melhor jogadora de futebol do mundo.

Natural de Dois Riachos, interior de Alagoas, Marta abandonou as “peladas” de rua com seus amigos para tentar a sorte em algum time importante. Iniciou sua carreira em 2000, pelo Vasco da Gama, clube que permaneceu até meados de 2002. Destacando-se pela sua habilidade e pelo seu ótimo poder de finalização (poder esse comprovado quando a alagoana tornou-se artilheira do Campeonato Brasileiro Juvenil, em 2001), a atacante canhota logo foi convocada para representar o Brasil em suas categorias de base.

E Marta não fez feio. Tanto que em 2002, em seu primeiro torneio com a amarelinha, já foi eleita a revelação do Munvelação do Mundial Sub-19. No ano seguinte, Marta ascendeu para a equipe principal e surgiu como uma das grandes responsáveis pela conquista da medalha de ouro no Pan-Americano de Santo Domingos, República Dominicana. Nesse mesmo ano, a atacante ajudou o Brasil a terminar a Copa do Mundo dos Estados Unidos na 4ª colocação.

Seu desempenho em torneios com âmbito internacional fez com que os suecos do Umea IK Fotbol se interessassem pelo seu futebol e lhe contratassem no início de 2004. 2004, inclusive, foi o ano de glória para Marta. A alagoana reala Marta. A alagoana realizou uma excepcional Olimpíada e ao lado de Cristiane liderou a jovem equipe brasileira até a surpreendente final. Na decisão, o Brasil sufocou os Estados Unidos, e por pouco, não saiu de campo com a vitória.

O show de Marta rendeu-lhe uma indicação ao prêmio de melhor jogadora no ano. Era a reafirmação de que Marta realmente tinha virado uma estrela de nível mundial. A terceira colocação em 2004 e a vice-colocação em 2005 amadureceram a atleta o suficiente para que nesse ano, ela se tornasse a melhor jogadora de futebol no mundo, ficando na frente da norte-americana Kristine Lilly e da alemã Renate Lingor.

Ainda assim, muitos dirão que há certo exagero em minha colocação. Não acredito.
Afinal, todos sabem que no Brasil a mulher já é discriminada pela sociedade em seu cotidiano. Quando o assunto é futebol, então, esse preconceito toma proporções ainda maiores. Existe um grande entrave conservador entre torcedores, jornalistas e comentaristas que legitima a velha frase: “Futebol é um esporte viril, másculo, coisa para homem”.

A conquista de Marta congratula uma atleta que com apenas 20 anos de idade, lutou contra tudo e contra todos para realizar seu sonho de praticar futebol e ganhar reconhecimento mundial em uma modalidade inexistente no Brasil (sim, apesar da medalha de prata do futebol feminino nas Olimpíadas de 2004, não existe nenhum campeonato nacional para as mulheres). O descaso brasileiro faz com que percamos nossos jovens valores e deixemos de incentivar futuras promessas.

"Eu não vejo no futebol internacional, acredite em mim, ninguém melhor que ela". (Andrée Jeglertz, técnico do Umea).

"Foi bonito ver avanços de zagueiras ao ataque, jogadoras de meio-de-campo armando jogadas bem à frente, e, no ataque, uma número 10 chamada Marta, só de 19 anos de idade, só 1,61 m, zigue-zagueando e dançando no meio das zagueiras americanas". (George Vecsey, repórter esportivo do New York Times, descrevendo a final das Olimpíadas de 2004).

"Marta é uma das melhores que já vi jogar. Ela é a 'coisa real'". (Mia Hamm, lendária jogadora norte-americana que venceu o prêmio de melhor jogadora em duas oportunidades).

Atualmente Marta atravessa ótima fase: fez 33 gols no decorrer da temporada. Seu time, o Umea é bi-campeão europeu e bi-campeão sueco, sendo que este último título nacional fora conquistado com 4 rodadas de antecipação. Está há quase 50 jogos invicto. Tanto prestígio garantiu ao Umea a condição de disputar o Mundial Interclubes, em abril, contra as inglesas do Arsenal.

18.12.06

Guerra Fria

A parte de cima do planeta bola está entrando no período de inverno, mas algumas ligas européias estão fogo, ao mesmo tempo em que outras estão mais frias que o próprio Pólo Norte. A virada de ano marca também o fim da primeira metade da maioria dos campeonatos de ponta na Europa, e mesmo com alguns jogos ainda por acontecer, o Opinião FC medirá a temperatura das ligas européias afora.

Com certeza, a liga mais fria é a francesa. O Lyon, campeão do primeiro turno há tempos, não encontrou nenhum dificuldade para golear o vice-líder Lens, fora de casa por 4 a 0. São simplesmente 17 pontos à frente do segundo colocado. Vantagem pra nenhum torcedor botar defeito. Esse hexa do Lyon nem o Boca Juniors perderia. A briga agora é pra ver quem será o vice na Ligue 1, e convenhamos, esse é um campeonato à parte.

Subindo um pouco a temperatura, mas ainda um pouco congelante está a disputa do Calcio. Com a Juve fora do caminho e o arqui-rival Milan empatando ao Deus-dará, Palermo e Roma tentam perseguir a Inter. A equipe rosanera tentou fazer frente aos interistas, mas já congelaram faz algum tempo dentro do campeonato, enquanto Totti tenta aquecer a Roma para mantê-la na disputa do scudetto. Mas a Inter está impossível. Quebrou seu recorde de vitórias consecutivas no Italiano (nove consecutivas) e segue a todo vapor para conquistar a taça, desta vez dentro de campo. A fase é tão boa que, além dos sete pontos de vantagem para a Roma, o zagueiro Materazzi faz até um gol antológico de bicicleta (vídeo abaixo). Saindo da esfera de disputa do título, destaques para o surpreendente Catania, quarto colocado, e para o Milan, apenas o décimo quarto e a três pontos da zona de descenso.


Na península ibérica, a temperatura sobe gradualmente. Em Portugal, O Porto já está a cinco pontos de vantagem do Sporting. O time de Lucho González, em ótima fase, é mais favorito do que nunca para chegar ao bi. Classificados para a fase final da Champions, os portistas não estão tendo dificuldades para manter a vantagem sobre o combalido Sporting, abalado com o péssimo desempenho da Liga dos Campeões, onde perdeu a vaga na Copa da Uefa frente ao Spartak Moscou. O Benfica está longe dos líderes. Na Espanha, o Barcelona perdeu o título mundial pata o Inter gaúcho e a liderança para o crescente Sevilla, mas está com uma partida a menos. O time de Luis Fabiano e Dani Alves vai mostrando que as recentes conquistas da equipe não foram um mero acaso do futebol. Com um conjunto forte e compacto, os rojiblancos prometem uma briga pelo título cabeça-a-cabeça com os gigantes do futebol espanhol, Barça e Real. Dois pontos separam o Sevilla, líder, do Real Madrid, terceiro. La Liga vem se mostrando o campeonato mais equilibrado e empolgante da Europa.

Na terra dos Beatles, Manchester e Chelsea brigam ponto a ponto pela liderança da Premiership. O surpreendente tropeço dos Red Devils frente ao West Ham deu a pitada de calor que faltava ao campeonato. O Chelsea fez sua parte, vencendo díficil jogo contra o Everton. Mas pelos lados de Stanford Bridge, o ucraniano Shevchenko justifica as origens e continua com o futebol congelado. Longe, mas não menos disputado, Liverpool, Arsenal, Bolton e Portsmouth brigam pela distante terceira colocação.

Num dos campeonatos mais disputados e aquecidos da Europa, o Werder garantiu o simbólico título de inverno ao vencer o Wolfsburg. Com os mesmos 36 pontos do Schalke, o time dos brasileiros Diego e Naldo supera a equipe de Gelsenkirchen no saldo de gols. O Bayern, campeoníssimo alemão em outros anos tenta manter-se na cola dos líderes, na terceira colocação. Mas a Alemanha tem seu "urso polar": O Hamburgo, de boa campanha no ano passado, só conquistou uma vitória em 17 partidas no Alemão e amarga a vice-lanterna.

Mas o que está pegando fogo mesmo são as oitavas de final da Liga dos Campeões, definidas semana passada. Com as partidas sendo disputadas somente em fevereiro, o Opinião FC analisará, após o Ano Novo, todos os confrontos do maior campeonato interclubes do planeta.

Façam suas apostas, bem aquecidos, pois na maioria desse campeonatos ainda há muita lenha pra se queimar!

17.12.06

Uma Vitória Épica!!!

Um time monstruoso, jogadores gigantes e um título incontestável. Foi esse o espírito do legítimo campeão do mundo, o Sport Club Internacional. Isso mesmo! O Colorado de Porto Alegre venceu o dito “poderoso” Barcelona para entrar no seleto grupo dos times que foram até o Japão para se sagrar campeão.

O que se viu em campo foi um Inter guerreiro, aguerrido, nervoso também, mas que acima de tudo não teve medo jogar de igual para igual com o time catalão. Foi a vitória da força de um conjunto determinado, que venceu a libertadores de forma brilhante e não se acovardou em nenhum momento durante todo o brasileirão.

Hoje, jogadores tidos como comuns, como Fabiano Eller, Índio, Clemer, Edinho, Wellington, Iarley, Ceará, Luis Adriano e o autor do gol Adriano Gabiru mostraram que o futebol vencedor não é feito apenas de pedaladas inúteis, toques desnecessários e excesso de preciosismo. Jogadores esses que mostraram para o mundo o jeito brasileiro de ganhar 300,00 reais por mês e fazer da força de vontade a sua maior virtude.

Esse título é um verdadeiro presente para a garra de Abel Braga, tantas vezes criticado por induzir a violência, que hoje conduziu uma equipe que não deu um ponta-pé para segurar o Barça. Aliás, tenho certeza de que o verbo segurar não retrata o que foi a partida, pois apesar de ter dominado as ações no meio-campo, o time espanhol não demonstrou grande superioridade tática em relação ao gigante da Beira-Rio.

Ao meu ver, as únicas coisas que os catalões tiveram mais que o Inter foi o Marketing e a firula. Sinceramente, continuo acreditando que os espanhóis são uma das maiores equipes do mundo, mas é inegável que seus jogadores abusam do preciosismo e, em muitos lances, tentam enfeitar demais as jogadas. Essa não uma crítica apenas a Ronaldinho Gaúcho, e sim a toda a representação do Barcelona.

Chaves da vitória

Além da raça, da determinação e da força do conjunto, já citadas acima, pesaram as ausências de Eto´o e Messi, principalmente a do camaronês, substituído pelo esforçado, porém atrapalhado Gudjohnsen.
Soma-se a esses fatores a grande partida de Ceará, o “Willian Defoe” brasileiro, na marcação do Ronaldinho, a grande segurança e disposição tática de Índio e Fabiano Eller, a firmeza de Clemêr quando exigido, e a fibra inesgotável de Iarley, o grande nome do jogo (apesar disso, foi o Deco quem levou a bola de ouro).


O Opinião FC congratula os campões pela grande conquista, com a certeza de que os craques jogam realmente no exterior, mas os grandes campeões, em qualquer lugar do mundo, jogam com o coração, e fazem da união a sua maior estrela. A Copa de 2006 já havia mostrado isso ao mundo...

6.12.06

"A maior vitória da história"

O levantador e capitão da seleção brasileira de vôlei, Ricardinho, com a taça da Copa do Mundo.

Foi assim que Raúl Lozano, o técnico argentino que comanda a seleção polonesa de voleibol, definiu como foi a vitória brasileira na final da Copa do Mundo de Vôlei, disputada no Japão. O bicampeonato da seleção brasileira coroou toda uma metodologia e seriedade do vôlei nacional, desde a organização dos campeonatos e estrutura, passando pelas categorias de base e chegando até a seleção principal, brilhantemente capitaneada pelo técnico Bernardo Resende, o Bernardinho. O atual técnico da seleção masculina foi um dos ícones da chamada "Geração de Prata", que ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles,em 1984. Era o levantador daquele time, que abria caminho para a hegemonia do vôlei, mais de 20 anos depois.

Após a conquista em Los Angeles e comandado pelo competente José Roberto Guimarães, viria a primeira de muitas glórias da seleção brasileira: a conquista da medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Esse título em particular, abriu caminho para uma verdadeira "voleimania" no Brasil, que se acentuou com a conquista da Liga Mundial em 1993. O período de renovação e a hegemonia italiana que se seguiu após a ascensão brasileira na elite do vôlei levaram a seleção a uma escassez de conquistas de expressão.

Mas nos bastidores a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) fortalecia a liga nacional de vôlei. Presidida por Carlos Nuzman, atual presidente do COB, criou a Superliga de vôlei, atraiu diversos investidores para o esporte. Eles investiam na manutenção de alguns dos principais jogadores do país e que ainda injetou capital na infra-estrutura das equipes, iniciando um processo de garimpagem de novos talentos. Enquanto as equipes nacionais se fortaleciam, surgia uma nova geração de jogadores, como Giba, Ricardinho e cia. Depois de algumas trocas no comando da seleção, Bernardinho, que até então tinha comandado a seleção feminina e o time do Rexona, foi indicado para o comando da seleção Masculina, em 2001. Parceria essa que traria muitas alegrias ao vôlei nacional. Começou com a conquista de Liga Mundial de 2001, o primeiro dos 17 títulos que Bernardinho conquistou a frente da seleção. Vieram a Copa do Mundo em 2003 e o bicampeonato olímpico em Atenas, 2004. E foi mais que coroada com o bicampeonato mundial conquistado no Japão. Saldo de Bernardinho à frente da seleção: 17 títulos em 21 finais disputadas. Um aproveitamento que certamente ajudou o técnico Lozano a dizer que essa é a "maior equipe que ele já viu jogar".

Conquistas respaldadas pelo presidente da CBV, Ary Graça, que se mostrou um exímio administrador. Vislumbrou a construção do Centro de Desenvolvimento de Voleibol, localizado em Saquarema, no Rio de Janeiro. O centro é referência mundial no aprimoramento do vôlei, para todas as categorias do masculino e feminino, da infanto-juvenil até a adulta. Na conquista dessa última Copa do Mundo, o Brasil deu uma aula de voleibol. Em todos os sentidos. Com uma preparação planejada, o Brasil foi demolindo seus adversários, somando apenas uma derrota em toda a competição. Mesmo com o desentendimento momentâneo de alguns atletas do elenco, o time se uniu e mostrou porque é a melhor equipe de vôlei da atualidade e uma das maiores da história da modalidade. Na final, contra os promissores poloneses, um show. A Polônia, que até então não havia perdido uma partida e apenas três sets em toda a Copa, não resistiu ao jogo rápido e agressivo do Brasil. E foi atropelada.

Por isso, a seleção de vôlei é um exemplo de empenho no mundo esportivo brasileiro. Organização, comprometimento, dirigentes sérios e jogadores que, acima de tudo, nos fazem ter orgulho do esporte nacional. A equipe brasileira é considerada uma das melhores seleções de todos os tempos, com uma hegemonia no vôlei atual que se assemelha a outras grandes seleções da modalidade - URSS (nas décadas de 60 e 70), EUA (década de 80) e Itália (década de 90). Realmente, uma geração de ouro, na qual outros esportistas, muito populares, deveriam se espelhar.

2.12.06

Salvador Hugo Palhaço!!!

Auto-entrevista, contrações estapafúrdias, demissões obscuras, perda de jovens valores. Esses são alguns dos episódios que os torcedores palmeirenses tiveram de se acostumar nos últimos meses. Sob a batuta do polêmico Salvador Hugo Palaia (foto), o time da capital atravessa por um dos momentos mais críticos de seus 92 anos de história.
Com um elenco fraco, sem nenhum grande jogador, e sem a união do conjunto, o clube se arrastou por todo campeonato Brasileiro de 2006, e só não foi rebaixado por dois motivos: o grande esforço dos concorrentes para ficar com as 4 vagas para a segunda divisão, e a boa arrancada pós-copa que o time teve sob a tutela do injustiçado Tite (foto abaixo).

O treinador, aliás, foi um dos alvos da arbitrariedade do diretor de futebol do clube, que o criticou abertamente para a imprensa. A pergunta que fica no ar é a seguinte: De quem o Palmeiras precisava mais? Acho que a resposta apareceu dentro de campo. Bom para o treinador, que sai fortalecido e valorizado para o mercado de trabalho.
O dirigente concedeu, ontem, uma entrevista para o diário Lance na qual rasga elogios para o atual presidente Affonso Della Mônica, e ainda faz elogios a atitudes ditatoriais do ex- Mustafá Contursi. Ele também aproveitou para minimizar os protestos da torcida diante da derrota para o Inter, domingo passado, além de debochar de uma condecoração que teria recebido da própria Mancha Alviverde, meses atrás.

Essa é a mentalidade de um dos homens mais fortes do atual Palmeiras, que pode até ser mantido em seu cargo, mesmo havendo a tal reformulação que vem prometendo o Della Mônica. Os 72 anos, Palaia não se sente ultrapassado e nem velho para agüentar o tranco de sua função. Deve ser por isso que o time está na atual situação, pois seus comandantes não conseguem enxergar além de um palmo depois do nariz, e as perspectivas para 2007 são as piores possíveis...