31.8.08

De pedra a vidraça

De algoz a vítima. O Real Madrid experimenta a condição de ser o “marido traído” de uma novela que circula diariamente nos sensacionalistas tablóides espanhóis e ingleses: a possível transferência de Robinho ao Chelsea. Logo o Real, que forçou ao extremo a transferência de Cristiano Ronaldo e iria usar o próprio Robinho como moeda de troca. Se a diretoria merengue pregou tanto a tal liberdade para jogar onde quiser – inclusive apoiados pelas declarações infelizes de Joseph Blatter, presidente da FIFA – porque não se sensibilizar com o caso do brasileiro, o qual ainda está longe do bom futebol dos tempos de Santos e alguns momentos de Seleção Brasileira, visivelmente irritado com sua situação em Madrid?

O Real Madrid vê a janela de transferências se fechar nessa segunda-feira após acumular fracassos nas contratações de Santi Cazorla e David Villa (recentemente campeões europeus pela Espanha), além de Ronaldo, a menina dos olhos de Schuster e da diretoria. E uma eventual saída de Robinho enfraqueceria ainda mais o elenco, que trouxe apenas o meia holandês Rafael Van der Vaart para esta temporada. Mas vale a pena deixar um jogador visivelmente insatisfeito no elenco merengue – inclusive com críticas veementes de alguns de seus companheiros, como Robben?

Apesar de seu empresário Wagner Ribeiro – que tem grande parte nesse desejo de Robinho deixar Madrid rumo à Londres, assim como já o fez na época de Santos – o atacante brasileiro não deixa de ter suas razões. Relegado como moeda de troca e última opção, não há jogador que ficasse satisfeito, ainda mais com um empresário procurando clubes como Ribeiro sabe fazer bem. "Disse ao presidente, ao diretor esportivo e ao treinador que quero sair. Não vou me recusar a jogar, caso fique. Mas é responsabilidade de Schuster se ele quiser manter um jogador insatisfeito" disse o camisa dez merengue durante coletiva neste domingo (31/08), visivelmente chutando o balde com o impasse criado. O Chelsea está a espreita esperando a novela acabar, sem nada valoroso a perder. Segundo Robinho, ele até ficaria "um ano sem jogar" mostrando a sua insatisfação. Claro que ele não fará tamanha estupidez, tanto porque minaria seu espaço na Seleção e iria colidir com os interesses do Real, que investiu nele e lhe paga rigorosamente em dia.

Já a diretoria do clube mandou o atacante pagar a multa de cerca de 150 milhões de euros, algo impossível de se acontecer. Mas anteriormente, no caso da malfadada transferência de Ronaldo, o Real sequer cogitou essa possibilidade da rescisão unilateral. Como diz a cantora Pitty em sua canção “Teto de Vidro”: “quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra...” E sabemos que o teto merengue não é feito de vidro, mas sim de cristal...

29.8.08

Sala de Espera?

Neto cobra falta decisiva para a caminhada rumo ao título Brasileiro de 1990, na semi-final contra o Bahia: um dos grandes momentos corinthianos vividos no Pacaembu

“O Pacaembu não é nossa casa, e sim, nossa sala. A idéia é construirmos nossa arena, mas não podemos descartar outras possibilidades”. Assim Andrés Sanches, presidente do Corinthians, se pronunciou ao Lancenet após a possibilidade da concessão do Pacaembu ser posta em pauta novamente pela Prefeitura Paulistana, depois de mais uma falha na sina de construção de uma casa apropriada para a equipe – já que desde o início o consórcio Egesa/Seebla nunca demonstrou firmeza em seu projeto. Creio que o sonho de todo corinthiano é ter um estádio de acordo com as tradições do clube, e a onda pode ser mais favorável por conta da proximidade da Copa do Mundo em 2014; mas será que a construção dessa arena é de extrema urgência?

A concessão do Pacaembu tem seus contras – como a impossibilitação do aumento da capacidade do estádio, bem como qualquer alteração de natureza estética ou estrutural, já que se trata de um patrimônio cultural tombado pela cidade de São Paulo desde 1994. Mas eu creio que o Corinthians deve pensar além: o Pacaembu é, historicamente, considerada a casa corithiana, desde que deixou de mandar jogos no Alfredo Schürig, a Fazendinha. Mesmo com um estádio de porte médio – cerca de 35 mil torcedores bem acomodados – a concessão do estádio ao clube seria de grande valia.

Se analisarmos o lado financeiro, as vantagens são visíveis. Em virtude da última reforma no estádio no começo deste ano, o Corinthians mandou a maioria de seus jogos no Morumbi. Em 15 partidas – disputadas em um intervalo menor que seis meses – o Corinthians gastou mais de um milhão de reais nas despesas de locação do estádio. Isso porque a diretoria corinthiana fechou um “pacote”, onde o aluguel saiu mais em conta do que os R$ 70 mil que o São Paulo passou a cobrar nessa temporada. Só de arrecadação pela final da Copa do Brasil contra o Sport, foram pouco mais de R$ 300 mil, de uma renda bruta de R$ 2.256.630,00. Além da “ajuda” ao rival, há de se considerar que mesmo com a campanha que for, não dá pra pôr 60 mil todo jogo, por mais fiel que seja o torcedor. Se o Corinthians assumir as despesas do Pacaembu – cerca de dois milhões de reais/ano – poderá investir recursos para benefício próprio (conservação do estádio) e continuar usufruindo daquela casa que lhe acolhe há exatamente 1499 jogos, sendo o primeiro deles em 28 de abril de 1940, contra o Atlético/MG, no jogo principal da inauguração do Estádio Municipal de São Paulo.

Todos sabemos que o Corinthians atravessa grave crise financeira, herança de más administrações anteriores. O clube precisa se concentrar em sanar boa parte desse montante e, ao mesmo tempo, não deixar a peteca cair para os anos posteriores – já que o Corinthians caminha a passos largos para o acesso à Série A – montando uma boa equipe, à altura de sua tradição e história. Nesse meio-tempo de reerguimento gradual do clube, seria possível se pensar em um projeto sério de uma arena multiesportiva, a qual pudesse suprir as necessidades do Corinthians e ainda ser usado para outras finalidades, com todo o conforto.

O Pacaembu é um templo do futebol e deve ser conservado como tal, em sua essência. E até que o Corinthians possa finalmente migrar para um local mais moderno e apropriado, porque não tomar conta de quem sempre lhe acolheu de braços abertos? Penso que a diretoria corinthiana deveria considerar com carinho a opção, e não simplesmente “desprezar” a possibilidade, parecendo que a construção da nova arena será tão já.

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26.8.08

Il ritorno di Sheva

Após passagem apagada no Chelsea, Shevchenko tenta reeditar sua melhor fase na volta ao Milan, do qual ainda é ídolo.

"Estou aqui pelo desafio e pela excitação de jogar na Premiership. Vou de um grande clube para outro gigante, até porque me juntarei a uma equipa de campeões. Existe um momento certo para as transferências e julgo que cheguei aqui na hora perfeita". Foi assim que Shevchenko definiu o momento de sua transferência estratosférica ao Chelsea de Roman Abramovitch. Os valores giravam em torno de 45 milhões de euros pelo ucraniano de 29 anos, à epoca. Sheva iria disputar a Copa do Mundo da Alemanha com a cabeça tranquila, pois sua transferência havia sido concretizada a poucos dias do torneio mundial. Com a Ucrânia obtendo a classificação para a fase seguinte – em um grupo fácil com Espanha, Arábia Saudita e Tunísia – Shevchenko falhou na disputa de pênaltis contra a Suíça e viu o time dar adeus a sua primeira Copa nas oitavas. Apenas dois gols e um futebol não muito vistoso não desanimaram os torcedores dos Blues, que sonhavam com um Sheva liderando a equipe com seus gols, arrancadas fulminantes e excelente visão de jogo, rumo ao topo da Europa.

Dois anos depois dessa mudança decisiva de ares, o ucraniano não havia emplacado o futebol dos tempos de Milan e Dínamo de Kiev na parte azul de Londres: Foram apenas 75 jogos no intervalo de dois anos e modestos 22 gols marcados. Muito pouco frente ao seu desempenho no Dínamo (166jogos/94gols) e no Milan (296jogos/173gols). Por isso, ele voltou novamente a Milão, emprestado. A torcida rossonera fez festa, claro. “Trouxemos de volta para casa o jogador que, nos últimos 50 anos, mais fez gols com nossa camisa”, afirmava um eufórico Adriano Galliani, vice-presidente do Milan. Berlusconi já vislumbra uma dupla de ataque com Pato e a euforia é grande também entre os tiffosi rossoneri.

Esse mesmo Shevchenko que surgiu com destaque aos olhos europeus exatamente há 10 anos atrás, quando o Dínamo de Kiev fez surpreendente campanha na Champions League daquela temporada, parando nas semifinais contra o poderoso Bayern. A dupla infernal formada por Sheva e Serhiy Rebrov marcou 19 dos 27 gols da excelente campanha dos ucranianos. Rebrov, no entanto, tornou-se mais um cigano da bola e não vingou, enquanto Shevchenko foi fazer história no Milan.

O Milan – assim como já fez com Ronaldo e Ronaldinho – contrata o passado do ucraniano, que brilhou com a camisa 7 do clube entre 1999 e 2006. Os torcedores não esquecem da Champions League de 2002/03, onde Sheva teve participação fundamental na fase final da competição, marcando gols decisivos nas quartas, contra o Ajax, e nas semis contra a Inter, eterna rival. Também coube a ele converter o pênalti decisivo contra a Juventus, na grande final em Old Trafford. Ainda conquistou mais uma Liga Italiana, uma Copa Itália, uma Supercopa Italiana e uma Supercopa Européia, marcando com muitos gols e títulos uma trajetória vencedora no Calcio. É o terceiro maior artilheiro da história Champions, com 56 gols, um atrás de Nistelrooy e a cinco de Raúl.

Além da forte química existente entre jogador, clube e torcida, o Milan vem se mostrando um “acolhedor” de jogadores mais experientes nos últimos anos, ao contrário do que faz o Arsenal, por exemplo. Jogadores como Seedorf e Inzaghi – fora os velhos conhecidos do clube – vieram e deram contribuição importante nas conquistas recentes da equipe. Com 31 anos e algum tempo de bom futebol pela frente, Sheva pode dar ainda mais ao Milan. Ambos vieram de um período difícil: enquanto o Milan ficou fora da Champions 2008/09, Shevchenko jogou apenas 24 partidas em 2007/08, muitas delas começando como reserva. Como na canção, dizem que nossa casa é onde nosso coração está. E futebolisticamente falando, não haveria melhor abrigo para Sheva do que as cores rubro-negras de Milão.

24.8.08

Ainda falta algo

Marta e Cristiane lamentam mais um vice-campeonato olímpico: Mesmo mostrando melhor futebol, o detalhe novamente foi o vilão da equipe canarinho.

O Brasil decepcionou-se com algumas modalidades nas quais era tido como favorito em Pequim, como o vôlei de praia, de quadra masculino, futebol masculino e com o ginasta Diego Hypólito, por exemplo. O futebol feminino olímpico, apesar de dividir o favoritismo com os EUA e a Alemanha, também causou uma pontinha de decepção, principalmente após a grande semifinal contra as alemãs, até outrora algozes da seleção nas diversas competições da modalidade, culminando com a perda da final ano passado, nesta mesma China durante a Copa do Mundo de 2007. Disse uma pontinha, porque a meu ver, ainda falta algo para que essa seleção seja ratificada como a melhor do mundo.

Primeiro de tudo, falta equilíbrio emocional. Mas como cobrar equilíbrio emocional de profissionais que chegaram ao Brasil sem saber de seu futuro imediato? A goleira Bárbara, por exemplo, jogou seis meses sem receber aqui no Brasil e espera propostas para seguir vivendo da profissão que escolheu. O mesmo problema afeta a muitas jogadoras desse elenco que não alcançaram o status midiático de uma Marta, Cristiane ou Daniela Alves. Tanto no Mundial, quanto nos Jogos Olímpicos, o Brasil fez grandes partidas nas semifinais (4-0 contra os EUA em 2007 e 4-1 contra a Alemanha em 2008). Mas chegando à final, a mesma sina: o Brasil não ganhou por detalhes e a falta de sangue-frio. A afobação na organização e na conclusão das jogadas mostra que quando as coisas estão difíceis, falta ao Brasil se apegar mais a um padrão tático. Isso é visível quando Marta tenta resolver tudo sozinha, ou mesmo a atacante Cristiane, pois elas sentem que a responsabilidade pelo fracasso de mais uma jornada recairá sobre seus ombros.

Nisso, equipes como a própria Alemanha e os EUA mostram algo que falta ao Brasil: o conjunto. O Brasil possui as melhores atletas, individualmente falando - já que o Brasil tem três jogadoras entre as dez melhores do mundo – mas ainda peca pela falta de um elenco à altura. Isso se deve a falta de atividades às jogadoras brasileiras durante um ano inteiro, assim como ocorre com a temporada masculina. Enquanto nos EUA as atletas são incentivadas a jogar desde o ginásio até a universidade, passando por organizadíssimos campeonatos nacionais, na Alemanha, além da existência de uma boa liga nacional, as jogadoras ainda disputam a UEFA Women´s Cup, uma espécie Champions League do futebol feminino. Na última final, a alemã Prinz (Frankfurt) – maior artilheira da história dos jogos olímpicos ao lado de Cristiane, com 10 gols – novamente levou a melhor sobre Marta (UMEA) nas finais da competição, em maio. Torneios de nível alto como estes citados ajudam a dar bom ritmo de jogo às atletas. Enquanto isso, em terras tupiniquins, a Copa do Brasil da categoria não rendeu bons frutos. O motivo não surpreende: o atraso no repasse de recursos aos clubes. E o futuro da competição continua incerto.

Mesmo com todas as dificuldades, o Brasil evoluiu bastante. Há doze anos, quando conquistava a quarta colocação olímpica em Atlanta - após a derrota para a Noruega – o Brasil saiu de um pelotão intermediário, o qual incluía seleções como Suécia, Noruega e China, para figurar pelo menos entre as três melhores, pouca coisa atrás de Alemanha e EUA.

As promessas continuam sendo feitas. Alguns já taxam (injustamente, na minha visão) a seleção como amarelona. E em meio a todas as dificuldades, o Brasil segue lutando. Algumas jogadoras dessa geração de prata estão se despedindo, como Formiga e Tânia Maranhão. E não há campeonatos para que o descobrimento de novos talentos que continuem a alavancar esse crescimento. Infelizmente, se algo de concreto não for feito já, todo esse trabalho pode ficar apenas como belas imagens de arquivo, daquela seleção que poderá ser conhecida injustamente como a seleção do “quase”. Mesmo sem condições igualitárias de trabalho do que suas principais rivais.

20.8.08

Maldita Copa América...

Nosso querido amigo André Augusto, o Coxa, em um momento de revolta contra a seleção olímpica e, particularmente, contra seu treinador amigo da Branca de Neve, afirmou que metade dos brasileiros queriam a medalha de ouro no futebol e que outra metade queria que a seleção perdesse para se ver livre do treinador. Estatística mais do que exagerada, claro; na hora do jogo, todos queremos ver o Brasil jogando bem. Eu diria, porém, com certa firmeza que essa é a desculpa que consola a maioria da pátria depois do fiasco diante da Argentina. “Pelo menos o Dunga sai dessa vez...”.

Dunga nunca foi unanimidade. Como jogador, eu quero dizer. Treinador ele jamais foi. Apontado diretamente por Ricardo Teixeira, talvez embalado pelos bons resultados de Marco Van Basten na Holanda, o ex-capitão se deu ao luxo de estrear na maior seleção do mundo. Na minha opinião, uma verdadeira ofensa às tantas pessoas que dedicam décadas de suas vidas a profissão de treinador.

Sua missão era de renovação. Com seu estilo durão e sua garra de eterno capitão, esperava-se que Dunga colocasse as estrelas pra jogar, convocasse quem merecia, livre de interesses de patrocinadores. O que vimos foi uma série de convocações confusas, com jogadores que são reserva em seus clubes sendo titulares da seleção, em um combinado que parece ter como requisito inicial a contratação da Europa.

A convocação pra olimpíada foge um pouco dessa situação. Talvez pelas regras da competição, os selecionados provavelmente chegam próximo ao melhor elenco possível. Porém, as condições em que essa convocação se deu já mostravam o futuro do time: os grandes clubes da Europa não liberam seus jogadores, à revelia da CBF, e o Rei da CBF convoca uma estrela fora de forma sem o consentimento do treinador. Durante as partidas, substituições que ninguém entende e insistência em manter jogadores que não estavam rendendo em campo, como Diego.

Os mais exaltados, durante o jogo de terça, devem ter deixado escapar pelo canto da boca: “Maldita Copa América!”.

19.8.08

Vingança e caça às bruxas

Doce vingança: Argentina deixa Brasil na espera pelo título olímpico por mais quatro anos.

A Era Dunga vai conhecendo o seu fundo do poço. Após os jogos pífios pelas Eliminatórias Sul-Americanas - que deixaram o Brasil com apenas nove pontos em seis jogos - a Seleção falhou na única vez em que foi exigida pra valer: não fez sombra frente a excelente Argentina. Porque antes de mais nada, há de se exaltar que havia uma excelente equipe, de futuros valores como Garay, Mascherano, Agüero e Messi, os quais podem futuramente tirar a Argentina da fila de quase 25 anos por uma Copa do Mundo. E que jogaram de acordo com as expectativas que os cercaram. Fora a motivação extra dos hermanos, por conta de recentes goleadas e a perda da Copa América sob circunstâncias estranhas. Mesmo jogando o melhor futebol naquela oportunidade, simplesmente o time desandou. Assim como o Brasil fez hoje, no Estádio dos Trabalhadores, em Pequim.

Posto isso, vamos aos fatos: Dunga não tem condições de seguir a frente do comando da Seleção. Não só por ele ser totalmente inexperiente e incompetente taticamente. Mas por ele não ter respaldo de ninguém. Torcedores, imprensa e até a CBF – que inicia um gradual processo de fritura – não acreditam que ele possa desenvolver um trabalho razoável. Aliado a isso, o fato da turra do comandante do escrete canarinho. A insistência em jogadores ultrapassados como Josué, Mineiro, Gilberto(s) e Sóbis chega a irritar. Falta um espírito de elenco, falta disciplina tática e falta bom senso em sua relação com os jogadores, como nos episódios passados com Ronaldinho, Kaká e Robinho, principais jogadores de sua era à frente do Brasil.

Apesar de achar que ele não convocou mal o elenco que está em Pequim (salvo algumas exceções), claramente faltou pôr em prática o tão falado “projeto olímpico”. Dunga poderia ter jogado os últimos amistosos contra times decentes para ir encorpando o elenco e testando mais opções, como Léo (Grêmio) e Guilherme (Cruzeiro), por exemplo. A preparação na Ásia – que apesar de todos os problemas, foi de um tempo razoável – poderia ser a fase final de algo planejado previamente.

Quanto aos jogadores, algumas ponderações: apesar de Ronaldinho não ter correspondido, ele terá nova chance no Milan. Com uma preparação adequada e com ritmo forte de competição, ele ainda poderá ser útil. O mesmo para o garoto Pato. Responsabilizado precocemente em ser o fazedor de gols, ele foi mais uma vítima do esquema de Dunga, que isola os atacantes e os deixa trombando com a zagueirada. Já foi dessa forma com Wagner Love e Luís Fabiano, por exemplo. Provaram que são futuros valores para a equipe atletas como Marcelo, Lucas, Hernanes e Thiago Neves, cujo talento pode dar uma gama de opções ao time futuramente, nas Eliminatórias da Copa.

Infelizmente, Dunga não cairá tão já. Os jogos em setembro contra o Chile (fora, 06/09) e Bolívia (casa, 09/09) serão pontuais quanto ao seu futuro. Dependendo das andanças, o negócio pode ficar feio em Santiago mesmo, em uma (não tão) eventual derrota. O que não se pode é caçar as bruxas erradas. Há uma – ou duas, mas esta última inalcançável, infelizmente – bruxa prestes a queimar na fogueira das vaidades do futebol brasileiro.

Enquanto isso, em Pequim mesmo, está uma outra seleção que a CBF nem liga muito e, mesmo assim, vem correspondendo à altura. Será que é por conta disso que o técnico Jorge Barcellos consegue tirar o melhor de suas atletas e sua camisa 10 é 10, de fato? O primeiro ouro do futebol brasileiro pode vir, sim. Mas não como Ricardo Teixeira imaginava.

18.8.08

Opinião FC, ano II

Quem diria, mas chegamos ao segundo ano de existência do Opinião FC. No início, não achei que fosse durar tanto, mas o gosto de poder se expressar sem os “grilhões dos manuéis” nas redações da vida é irresistível.

Mudamos muito nesses dois anos e quase 43 mil visitas. Aprendemos conceitos e conhecemos outros bons blogueiros – colegas de profissão ou não – e que também partilham de muitos dos nossos ideais e são competentíssimos no que fazem. Para nós, essa é uma nova fase pelo fato de sermos jornalistas recém-formados. Uns tentando achar seu espaço na nova profissão, outros correndo atrás do seu lugar ao sol. E com o leque que o ofício pode abranger, nem todos podem estar ligados diretamente ao jornalismo esportivo. E nisso, o Opinião FC entra magistralmente: um espaço em consolidação onde podemos discorrer nossas análises, anseios e polêmicas. Assim como foi quando do seu nascimento, em 2006, onde o espaço oferecido pelo curso de jornalismo na Universidade ao jornalismo esportivo era ínfimo, dado a sua procura e interesse. Idéias brotaram a partir deste espaço. Umas maturaram, outras não e outras estão na pauta de algum momento de nossa existência futura, tanto como jornalistas, quanto como admiradores do esporte.

O ludismo do esporte nos inspira e nos faz seguir. Porque a cada dia, há algo a ser discutido. A magia do esporte transcende quadras, ginásios, estádios, arenas e circuitos. Ela é incutida todos os dias na nossa vida cotidiana, direta e indiretamente. Por isso, só temos a agradecer a quem passa por este espaço, seja com qual frequência for. E aos nossos parceiros e amigos da blogosfera esportiva, que sigamos em frente para mudar esse velho jornalismo esportivo, onde muitos acham que as linhas de um site, um jornal ou um estúdio de TV ainda é um espaço onde impera a discussão de mesa de boteco com os amigos.

15.8.08

Premier League 2008/09: Pés-no-chão e entrosamento

Felipão é a grande aposta do Chelsea para quebrar a hegemonia do Manchester United

O bicampeonato conquistado pelo Manchester United coroou uma temporada marcada pelo equilíbrio das equipes tradicionais e o abismo entre o resto das equipes. Manchester United, Chelsea e Liverpool gastaram cifras estratosféricas e não viram suas vagas na Champions League serem ameaçadas – apesar de esporádicas incursões de Man City e Everton na zona de classificação. Já a briga pela vaga na Copa UEFA e pelo rebaixamento foi mais emocionante, tamanha era a semelhança e a qualidade técnica da maioria dessas equipes. Para esse ano, o script parece ser o mesmo, apesar da política de contratações das equipes ter diminuído drasticamente, tanto em quantidade, quanto em qualidade. A maior movimentação no mercado da bola foi a contratação de Felipão para o comando técnico do Chelsea. A volúpia das equipes durante a janela de transferências é menor e a maioria das equipes mudou pouco em relação a base da temporada passada.

Na parte vermelha de Manchester, nenhuma contratação até aqui. Apesar de ter uma base excelente – demonstrada dentro de campo com a dobradinha de títulos Premier League/Champions League – é inegável que a equipe precisa melhorar o seu elenco para continuar dominando a Europa. A importante a manutenção de Cristiano Ronaldo – alvo de forte assédio do Real Madrid – pode ser considerada o maior reforço dos Red Devils até aqui. No entanto, a especulação é forte sobre Dmitar Berbatov, do Tottenham, que cairia como uma luva, pois a equipe de Sir Alex Ferguson não tem um “fazedor de gols” de ofício, apesar da marcante ofensividade do tridente Tevez-Rooney-Ronaldo. A defesa também necessita de peças para compor o elenco, já que Ferdinand e Vidic não tem reservas à altura. Bons laterais também seriam bem-vindos em Old Trafford. Mesmo com essas arestas, o Man United ainda tem uma pontinha de favoritismo em 2008/09.

Marcados pelo quase em 2007/08, o Chelsea parece elaborar um efetivo projeto ambicioso para um velho sonho: a conquista da Europa. Roman Abramovitch não hesitou em trazer aos Blues a filosofia vencedora de Felipão. “Big Phil” promete reeditar a família Scolari na terra da rainha e para isso, trouxe dois atletas de sua confiança, ambos oriundos da seleção lusitana: Deco (enxotado do Barcelona) e Bosingwa prometem turbinar o time, que ainda ganhou o reforço da renovação de contrato de Frank Lampard, o maestro da equipe. Apesar das fortes investidas em Kaká e Robinho – este último ainda pode vir – Felipão promete investir em peças do elenco que não são primordialmente titulares, como Shevchenko e Wright-Philips, por exemplo. E todos sabem que para um campeonato longo, é importante ter um elenco forte e equilibrado, como o Chelsea possui.

Apesar da boa campanha, onde perseguiu o Manchester United por boa parte da Liga passada, o Arsenal pecou pela falta de opções e experiência de seu jovem elenco. Para essa temporada, Arsène Wenger – com a política pés no chão dos Gunners – continuará apostando mais ainda na molecada. Isso porque o elenco sofreu a baixa de um trio de jogadores experientes: Flamini (Milan), Gilberto Silva (Panathinaikos) e Hleb (Barcelona), além da saída de Lehmann, veterano goleiro desgastado e em má fase. Além do aumento da responsabilidade da dupla Fabregas/Adebayor em conduzir as ações ofensivas do time, Wenger aposta suas fichas na maturação do jovem Samir Nasri, 21, contratado junto ao Marseille. O meio-campista é mais um da linha “substituto de Zidane”, mas é convocado regularmente pela seleção francesa e precisava atuar em um clube maior e em uma liga de maior competitividade para mostrar o seu real valor. Podemos ver o Arsenal lançar mais uma linha de jovens promissores como Denílson, Carlos Vela e Fran Mérida, além da gradual volta de Eduardo da Silva, contundido gravemente na temporada passada. Lá atrás, com um Almunia que não inspira muita confiança, sobrará para o capitão Gallas a tarefa de segurar o rojão na defesa. E se os Gunners não abrirem o olho, esta promete ser uma árdua e longa temporada.

Em Liverpool, Rafa Benítez não tem todo o prestígio de outrora. Ainda assim, a manutenção da base – que demorou a engrenar e reagiu tarde no campeonato passado – é um dos trunfos do elenco. A principal contratação dos Reds é o irlandês Robbie Keane, o qual promete dar mais opções de ataque ao time, cujo ataque conta com o brigador Kuyt e o goleador Fernando Torres – principal jogador do Liverpool na temporada passada ao lado de Gerrard. Outros jogadores vieram para dar opções ao elenco de Benítez, entre eles os laterais Andrea Dossena e Phillip Degen, além do promissor arqueiro brasileiro Diego Cavalieri. Resta saber se o Liverpool pode mostrar tudo o que joga desde o início, além da capacidade de demonstrar ser um time mais constante, algo que lhe faltou na temporada passada.

Entre os médios, destaque para o Tottenham de Juande Ramos. Vencedor da Copa da Liga Inglesa 2007/08, Ramos acena fazer o mesmo tipo de trabalho feito em Sevilla no White Heart Lane, ao trazer jovens promissores e efetivos ao invés de caros jogadores world-class. A aposta nos meias Luka Modric – um dos destaques da Croácia na última Euro - e Giovani dos Santos mostra que o leque de opções faz o torcedor sonhar com uma vaga na Champions, já que a base que reagiu no último campeonato foi quase mantida. Quase, porque o Tottenham pode estar prestes a perder sua ótima dupla de ataque, já que Robbie Keane foi para o Liverpool, enquanto Berbatov sofre forte assédio do Man United. Se a perda de Berbatov se concretizar, os Spurs terão de sair rapidamente às compras. O Portsmouth – campeão da Copa da Inglaterra – quer se firmar de vez no pelotão intermediário. A contratação do grandalhão Crouch promete turbinar o ataque Pompey. Apesar da perda importante do meia Muntari (Inter), o Portsmouth conta com figurinhas tarimbadas do quilate de Campbell e James, além de possuir um elenco de jogadores bons, como Niko Kranjcar. E Harry Redknapp é bom técnico para trabalhar um elenco com essas características. Outras equipes do porte de Aston Villa, Everton, Blackburn, Newcastle e Man City – do brasileiro Jô - fizeram contratações modestas e prometem rechear o meião da tabela.

O Bolton tenta sair do limbo ao contratar Johan Elmander, bom atacante sueco trazido junto ao Toulouse, para apagar a péssima temporada passada, quando quase caiu para a segundona mesmo tendo um elenco digno de disputar vagas na Copa UEFA. Já os recém-promovidos Hull City, Stoke City e West Bromwich adotaram a mesma política de equipes como o Fulham, Sunderland, Wigan e Middlesbrough: a contratação de “refugos”, jogadores bem rodados no futebol europeu. Com isso, as chances de uma campanha pífia como a do Derby County, último colocado em 2007/08 (11 pontos, 20GP e 89GC em 38 partidas) são grandes.

Os investimentos mais modestos e a movimentação menor no mercado mostram a política exagerada de gastos ocorrida em 2007/08. E além da técnica a chave para vencer a Premier League será o entrosamento. Mesmo sem contratações bombásticas, o Campeonato Inglês ainda continua sendo o melhor campeonato europeu, na minha visão. E talvez, com a diminuição dos gastos, o abismo entre as quatro forças e as outras 16 equipes diminua um pouco e deixe a competição ainda melhor

13.8.08

A escrita será mantida?

Leo comemora seu gol contra o Náutico
Será que dessa vez o título vai para o Olímpico?

Quando se iniciou o Campeonato Brasileiro, há três meses, poucos acreditavam que, ao final de 19 rodadas, o líder da competição seria o Grêmio. Afinal, quem pensaria que o desmotivado time, eliminado precocemente nas duas principais competições que disputou no primeiro semestre, conseguiria semelhante feito?

Além disso, pelo menos no papel, o Tricolor gaúcho não possui um elenco invejável, recheado de jogadores consagrados ou renomados. Todavia, em campo, não houve qualquer outro time que, nessa primeira metade da competição, conseguisse demonstrar um futebol tão eficiente.

Celso Roth monta o Grêmio num compacto 3-5-2, no qual a primordial preocupação não é marcar gols, mas sim evitá-los. Não à toa, é o time dono da melhor defesa até o momento, com apenas 12 gols sofridos. Boa parte destes números é mérito do bom goleiro Victor, ex-Paulista, que sempre salva sua meta quando a marcação não funciona.

Engana-se, porém, quem pensa que os gaúchos apenas têm uma boa defesa. Velozes contra-ataques ou perigosos lançamentos efetuados principalmente pela dupla Paulo Sérgio e Tcheco quase sempre terminam em gols de seus atacantes. Tanto que, apesar de não serem excepcionais, Perea, Marcel e Reinaldo, juntos, marcaram 20 gols, cerca de 57% do total.

Além disso, da categoria de base vieram gratas surpresas. Na ala esquerda, tanto Hélder quanto Anderson Pico sempre estiveram em melhores momentos do que em piores. William Magrão e Rafael Carioca não se intimidaram com a sombra de atletas mais rodados como Makelele e Souza e conseguiram manter sua titularidade. Isso sem contar Thiego, que teve o peso de assumir um lugar na zaga com a lesão do promissor Leo e não decepcionou...

Não há como negar que com todas essas características o Grêmio fez por merecer o seu “título de inverno”. Mesmo fora de seus domínios, manteve boa regularidade (algo que não fez no torneio de 2007) e apresentou um futebol copeiro, aquele que mesmo sem atuar com brilhantismo consegue trazer bons resultados. O melhor desempenho de todos os tempos (71,9% dos pontos disputados) não é obra do acaso.

A fase do Tricolor é tão boa que os torcedores mais otimistas já acreditam que o time dificilmente deixará escapar o tricampeonato. Fazer previsões é algo muito complicado, mas uma coisa há de se concluir. Se nesse período de “janela” para o exterior a equipe não perder nenhum atleta chave, certamente há grandes possibilidades da escrita ser mantida e o campeão do 1º turno ser idêntico ao campeão geral...

Seleção do Brasileiro no 1º turno, em minha opinião: Victor (Grêmio); Paulo Sérgio (Grêmio), Réver (Grêmio), André Dias (São Paulo) e Juan (Flamengo); William Magrão (Grêmio), Hernanes (São Paulo), Wagner (Cruzeiro) e Marquinhos (Vitória); Guilherme (Cruzeiro) e Alex Mineiro (Palmeiras). Técnico: Vagner Mancini (Vitória).

12.8.08

Cheirou pip... bronze na China !!!

As Olimpíadas de Pequim mal começaram e a China já desponta no quadro de medalhas, mostrando sua evolução nos esportes. Os Estados Unidos vêm logo atrás, mas ainda tem muita bala na agulha pra desbancar o país sede. O Brasil, até o fechamento deste post, tinha humildes, porém suadas, três medalhas de bronze, todas conquistadas no judô, que já caminha para o encerramento das disputas.

Realmente essas três medalhas são repletas de significado, já que, até o momento, o judô é o esporte com o maior número de medalhas do esporte nacional (15 no total), desbancando a tradicional vela. Isso em um esporte com pouco (ou nenhum) incentivo por parte da iniciativa privada, muito menos do Governo Federal. Um esporte que daqui a uns 15 dias já some do noticiário.

Elogios a parte, quem mais tinha a obrigação de ganhar refugou. Casos de João Derly (até 66 kg) e Tiago Camilo (até 73 kg). O segundo ainda conseguiu uma medalha de bronze após vitória na prorrogação. Camilo tinha sido derrotado nas quartas-de-final pelo alemão Ole Bischof, que acabou vencendo o torneio.

Para quem não se lembra, Tiago é o atual campão mundial de sua categoria, título conquistado durante o mundial da categoria ano passado, no Rio de Janeiro. Ou seja, vinha como grande favorito à conquista do ouro e, no entanto, não foi isso que aconteceu. Mesmo assim, a imprensa elogia o seu bronze, porque antes da prova derradeira, ele “colou” a mão com cola instantânea, para que não sangrasse durante a prova. Um herói, campeão mundial, com a mão colada e o bronze no peito. Na minha opinião, herói de verdade é o campeão, que está com o ouro no peito e que ainda desbancou o campeão mundial. Bronze é significativo, mas pouco para um atleta do nível de Camilo.

Mas a maior frustração do esporte olímpico brasileiro nestas Olimpíadas até agora é, sem dúvida, João Derly. O gaúcho bicampeão mundial, mais que favorito ao ouro, foi derrotado na sua segunda luta por um inexpressivo atleta português, que transformou a luta em desafio pessoal, devido a um problema envolvendo sua esposa e Derly (todos sabem do que estou falando).

A responsabilidade era alta, concordo, mas campeão que se preze deve estar preparado para superar isso. Ou Michael Phelps não está pressionado? Nessas horas é que o atleta se supera e se torna um herói. Supera tudo e todos pelos seus objetivos. Não foi o caso dos dois judocas brasileiros, que, repito, são grandes esportistas pelo que já conquistaram pelo Brasil, mas na hora do vamos ver, não corresponderam.

E PRA VOCÊ? TIAGO CAMILO E JOÃO DERLY SÃO PIPOQUEIROS?

11.8.08

Rankings da discórdia

Kaunas (138ºno ranking IFFHS) marca o gol que eliminou o Rangers, "segunda melhor equipe do mundo" na atualidade. Estão aumentando o tamanho da zebra?

A elaboração de rankings – de qualquer espécie – deve vir acompanhada de critérios claros e mais justos possíveis. Nos esportes individuais, eles parecem corretos e infalíveis. Ou alguém duvida que Rafael Nadal (mesmo com o ranking ainda não atualizado oficialmente pela ATP) vive ótimo momento e é o primeiro do mundo?

No entanto, as listas dos melhores no futebol sempre vêm acompanhadas de alguma desconfiança e muita discórdia. O ranking da FIFA, por exemplo, parece o melhor elaborado deles. Mas sempre aparece alguma surpresa no ranking mensal da entidade, como, por exemplo, a República Tcheca, oitava colocada. A seleção tcheca está a frente de seleções como Portugal, Rússia e Turquia (estas últimas semi-finalistas da Euro 2008), sendo que não fez bons papéis nas duas últimas grandes competições que disputou - desclassificada nas primeiras fases da Copa 2006 e da Euro 2008. Contudo, como o ranking da FIFA conta os resultados do último ano, a contar do mês de sua publicação, pesou o fato dos tchecos terem feito bom papel nas Eliminatórias da Euro, onde conseguiram classificar-se na primeira colocação do Grupo D, inclusive à frente dos alemães que mais tarde se sagrariam vice-campeões da mais importante competição européia de seleções.

Mas o que surpreende mesmo é o famigerado ranking da IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol), entidade alemã que conta com as bênçãos de ranking oficial, reconhecido pela FIFA. O último, divulgado esta semana, confirma minhas suspeitas: são critérios demais, que acabam distorcendo seu real valor e traz algumas “bizarrices” na lista dos clubes ranqueados. Pelos critérios dos alemães, torneios como a Libertadores, Champions League, Sul-Americana e Copa UEFA têm o mesmo peso na pontuação (14 e 12, respectivamente pela importância), o que parece coerente, principalmente pelo grau de dificuldade de ambas. Já os campeonatos nacionais de Argentina, Alemanha, Brasil, Espanha, França, Inglaterra e Itália possuem peso 4. Campeonatos médios como o Holandês, Chileno e etc. possuem peso 3 e assim por diante. O mais curioso no peso dos campeonatos nacionais é que o único considerado com o peso 1 é o campeonato bósnio. Não que a Premijer League seja das mais fortes e empolgantes, mas ficar abaixo de campeonatos como o da Síria e o de Angola é um tanto estranho, mesmo com a liga dos balcãs sendo um torneio relativamente novo (disputado com o atual formato desde 2002).

Além de ver um cenário com clubes do porte de Valencia e Real Madrid (36º e 39º, respectivamente) abaixo de equipes como o Arsenal Sarandi/ARG, Colo-Colo/CHI e Anderlecht/BEL (18º, 23º e 35º, pela ordem), podemos analisar o caso do Glasgow Rangers, da Escócia. Os Gers alcançaram nesta semana o segundo posto do ranking, a 27,5 pontos do Manchester United e meio ponto à frente do Chelsea, vice-campeão europeu e inglês. Além de não vencer um Campeonato Escocês há três temporadas e com um vice-campeonato da Copa UEFA, o Rangers acabou eliminado pelo atual campeão lituano, o FBK Kaunas, em partida válida pela 2ª fase eliminatória da Champions League 2008/09. Após um empate no Ibrox Stadium por 0-0, o Rangers estava se classificando com um empate em 1-1 no Estádio S. Darius & S. Girenas, em Kaunas. Mas coube a Linas Pilibaitis marcar o gol de um dos maiores triunfos – senão o maior – da história do futebol lituano. Não deixa de ser irônica a eliminação para o Kaunas (diga-se de passagem, o numero 138 do mesmo ranking), na mesma semana em que os Gers foram aclamados como a segunda melhor equipe do mundo, o que mostra claramente, na minha visão, a grande piada que se tornou esse ranking da IFFHS, que sempre espanta o mundo do futebol mensalmente.

Ranking da IFFHS em agosto/08 (entre parênteses, a posição no ranking anterior)

1. (1.) Manchester United - 286,0
2. (4.) Glasgow Rangers - 258,5
3. (2.) Chelsea - 258,0
4. (3.) Bayern München - 252,0
5. (5.) Barcelona - 251,0
6. (6.) Roma - 248,0
7. (7.) Liverpool - 243,0
8. (8.) Arsenal - 237,0
9. (9.) Boca Juniors - 231,0
10. (10.) Internazionale - 226,0
11. (11.) São Paulo - 223,0
12. (13.) Fiorentina - 220,0
13. (19.) Fluminense - 218,0
(14.) Lyon - 218,0
15. (15.) Milan - 211,0
(para ver o ranking completo, clique neste link)

10.8.08

Charge da Semana - Seleção Olímpica de Futebol

Agora é com ele!

O promissor garoto de Bastos teve que passar por muitas provações para amadurecer e atingir a plenitude de suas técnicas nos tatames. Campeão mundial universitário com apenas 16 anos e medalhista olímpico de prata aos 18, o judoca Tiago Camilo, atualmente com 26 anos, não imaginava o quão duro seria alcançar posição tão destacada neste momento, onde é apontado como uma das principais esperanças de medalha do Brasil nas Olimpíadas de Pequim, em 2008.

Após o ótimo resultado conquistado nos Jogos Olímpicos de Sydney, Tiago era apontado como um dos favoritos a representar novamente o Brasil nos jogos seguintes, em Atenas. No entanto, durante as seletivas olímpicas - na disputa da vaga contra Flávio Canto - aconteceu um fato que o determinaria muito. A decepção com a polêmica decisão que lhe puniria a poucos segundos do fim, dando a vitória da luta a Canto fez com que Tiago se aperfeiçoasse. E esse aperfeiçoamento aflorou com toda a força durante o ano passado, quando o judoca venceu o Pan do Rio e o Mundial de Judô, na categoria meio-médio (até 81 kg) batendo quase todos os seus adversários pela contagem máxima da modalidade, o Ippon. "Minha característica sempre foi a busca pelo Ippon. Acredito que o segredo é acordar todos os dias de manhã e buscar a perfeição, não só no Judô mas também na vida. E treinar muito" afirma Tiago, que em ambas as competições venceu os adversários em lutas fulminantes.

As conquistas, ambas em solo brasileiro, dão mais força e moral para Tiago chegar a Pequim com boas chances de medalha. "Realmente foi algo mágico vencer as duas competições, da maneira que eu venci, dentro do Brasil. Pude compartilhar momentos muito felizes com minha família e amigos que foram me ver lutar". Além do pai, o grande incentivador de Tiago dentro e fora dos tatames é o irmão Luiz Francisco Camilo, o Chicão. Sempre juntos nos treinos e na rotina diária, Tiago começou a praticar judô ao ver o irmão em ação.

Chicão, que também é judoca e foi medalha de ouro no Pan de Santo Domingo em 2003, por vezes torna-se mais que um irmão na vida de Tiago. "Quando meu pai nos deixou em São Paulo e voltou para Bastos [por conta do fim de seu casamento], ele deu tchau para o Tiago e depois me chamou até a porta do carro e disse: A partir de hoje, o pai do Tiago é você. Dali em diante, tentei realizar da melhor maneira a missão que me foi dada" descreve Chicão. E Tiago reconhece essa parceria como um de seus diferenciais na hora de lutar: "O Chicão é meu parceiro desde sempre, não me vejo na vida sem ele, em todas as fotos e recordações que lembro ele está lá com aquele sorriso no rosto. Também é meu apoiador e sempre acreditou em mim, mesmo quando muitos duvidaram do meu potencial como atleta".

E após a derrota do favorito e bicampeão mundial João Derly para o português Pedro Dias, Tiago Camilo torna-se a grande esperança de ouro no judô, um esporte tradicionalmente vencedor quando tratamos de Brasil em Jogos Olímpicos. A estréia de Camilo será amanhã (11/08), contra o japonês Takashi Ono, no início da caminhada para melhorar sua melhor participação olímpica, a prata em Sydney. Será que o "Rei do Ippon" vai entrar em ação, como no vídeo abaixo?

9.8.08

Todos contra um... novamente

Final da temporada francesa 2007/2008:
Quando acabará a hegemonia do Lyon ?

Rumo ao Octa?

Entra ano, sai ano, e a rotina é sempre a mesma. Mais precisamente nos últimos sete campeonatos, quem domina totalmente o cenário do futebol francês é o time do Lyon. E cá entre nós, alguém arriscaria em outro nome na hora apontar um favorito para a conquista da temporada 2008/2009? Acredito que não...

Depois de ter conquistado seu sétimo título com apenas 4 pontos de vantagem para o segundo colocado, ficou claro que algo na estrutura lionesa precisava ser modificada. A primeira mudança ocorreu no banco de reservas, onde o contestado treinador Alain Perrin cedeu seu lugar ao promissor Claude Puel, técnico que ficou famoso por conseguir levar o frágil Lille à fase de grupos da Champions League de 2006.

Já o esperado desmanche, pelo menos até agora, não aconteceu. Mesmo assim, dois atletas da seleção francesa já fizeram suas malas e foram para a Espanha: O goleiro Coupet (agora no Atlético de Madrid) e o zagueiro Squilaci (Sevilla).

Para suprir estas ausências e fortalecer o elenco, mais uma vez o Lyon trouxe um pacotão de atletas que se destacaram em clubes franceses de menor expressão na temporada passada. Chegam a Gerland o zagueiro ganês Mensah (ex-Rennes), os meias Makoun (ex-Lille) e Pjanic (ex-Metz), e o avante Piquionne (ex-Monaco). Ainda completam a lista dois atletas do Nice: o meia brasileiro Éderson (ex-Juventude) e o jovem goleiro Lloris.

Mesmo assim, a base dos Les Gones permanece inalterada. Com exceção feita a Lloris, nenhum outro recém-contratado deverá ser titular. Com Juninho, Toulalan, Govou, Benzema, Fred e companhia, o Lyon ainda é o melhor elenco do país. Só resta saber se a equipe tem ânimo para permanecer intocável.

Para acabar com a supremacia

Entre os possíveis candidatos que podem melar a festa lionesa, o principal é o Bordeaux. Embalados com pela conquista da Supercopa Francesa, quando bateram o Lyon nos pênaltis após empate em 0 a 0 no tempo normal, os Grenás prometem fazer frente aos atuais heptacampeões com um elenco mais rejuvenescido.

Para o lugar dos rodados Micoud e Jemmali, foram contratados o meia Gourcuff, pouco utilizado no Milan, e o experiente lateral Placente, respectivamente. Mas ainda falta alguma coisa. No ataque, por exemplo, a dupla formada pelo marroquino Chamakh e pelo argentino Cavenaghi não convence o treinador Laurent Blanc. Nem mesmo a vinda do jovem avante Gouffran (ex-Caen) anima. Parece pouco.

Já o Olympique de Marselha preferiu reforçar o seu ataque com as contratações de Bakary Kone (ex-Nice) e Bem Arfa (ex-Lyon). Ao lado de Cissé e Niang formam o quarteto ofensivo mais equilibrado do país, como atacantes que têm as mais variadas formas de atuar.

O grande problema dos marselheses foi a venda do articulador Nasri para o Arsenal. Sem ele, o camaronês M’Bami terá que desdobrar-se para armar a equipe. Se conseguirem suprir essa ausência, os Les Phocéens certamente terão chances reais de disputar o caneco.

O Paris Saint-Germain, clube que nas últimas temporadas está acostumando-se a brigar para não cair, decidiu ir às compras trazendo o veloz meia Sessegnon (ex-Le Mans) e o promissor avante Hoarau (ex-Le Havre). Além disso, repatriou dois experientes ídolos locais: Giuly (ex-Roma) e Makelele (ex-Chelsea). Ou seja, se o time da capital desta vez fracassar, não será por falta de bons atletas.

Entre os coadjuvantes, destaque para o Saint-Ettienne, que manteve Feindouno e Gomis, seus principais nomes, e reforçou-se com o ala Monsoreau (ex-Monaco) e com o armador Matsui (ex-Le Mans). Já o Rennes fez boas aquisições com o goleiro Douchez (ex-Toulouse), o zagueiro Bocanegra (ex-Fulham) e o centroavante Asamoah Gyan (ex-Udinese).

No mais, também merece lembrança o Monaco, time treinado pelo brasileiro Ricardo Gomes, que apostou na juventude de Freddy Adu, cujo passe pertence ao Benfica, e o tradicional Nantes, que, em sua volta a Ligue 1, contratou o eficiente Klasnic (ex-Werder Bremen).

7.8.08

Copa sem pé nem cabeça ?


Na semana passada começou mais uma Copa Sulamericana. A sétima edição de um torneio que ainda não caiu nas graças do povo, nem dos times brasileiros. As razões são várias, como a disputa conjunta com o Brasileirão e a preocupação em manter o elenco em totais condições físicas para alcançar vôos mais altos no campeonato regional.

Com isso, a competição continental, espécie muito meia-boca de Copa da UEFA é deixada de lado. Obviamente que não quero comparar competições daqui e do velho continente, mas que a UEFA organiza competições muito mais interessantes, e por que não dizer inteligente, isso faz. Basta ver o marketing e a propaganda envolvida em seus torneios, como o que é feito com a final da Champions League, por exemplo, sendo uma das partidas esportivas mais vistas em todo o globo.

Mas voltando a realidade daqui, a Sulamericana precisa se “profissionalizar” muito para se tornar atrativa. A participação é, para muitos, um prêmio de consolação por um rendimento mediano nas competições nacionais. O regulamento da competição já foi modificado inúmeras vezes, sendo disputada em chaves ou grupos e em matas-matas definidos em sorteios. Atualmente, a competição começa com uma espécie de eliminatória regional entre clubes do mesmo país.

No caso do Brasil, os vencedores dessa eliminatória chegam à fase internacional do evento pegando logo de cara os times argentinos, numa tentativa mal sucedida de atrair público e audiência para o torneio.

Com essa genial idéia dos organizadores, os grandes confrontos que poderiam ocorrer numa semifinal ou final são deixados de lado, obrigando os clubes a se enfrentarem logo nas primeiras fases. Por isso, não é muito difícil ver finais estranhas, para quem é acostumado a ver decisões de Libertadores com times de tradição como São Paulo e Boca Juniors.

As ultimas finais da Sulamericana entre Pachuca (MEX) e Colo-Colo (CHI), em 2006, e Arsenal (ARG) e América (MEX) no ano passado, provam que a competição não está tão bem representada em seu quadro de campeões. Por isso fica mesmo difícil fazer um prognóstico da competição deste ano, já que ainda estamos em período de transferências do futebol europeu, o que pode gerar perdas para os times participantes. Além disso, o andar do Brasileirão é essencial para que o clube se dedique ou não à disputa pelo caneco.

A premiação também foi uma iniciativa promovida pela CONMEBOL para atrair os clubes. As altas cifras pagas servem como incentivos para os clubes, pegos pelos bolsos, literalmente. Além do dinheiro, o campeão tem o direito de disputar uma recopa, no meio do ano, contra o campeão da Libertadores do ano anterior.

Mesmo com todos esses incentivos, para que ela se torne de fato interessante, lucrativa e com alguma tradição, é necessário criar um regulamento mais interessante que não proporcione confrontos atraentes antes da hora, fazendo com que os finalistas façam jus ao título de campeão sulamericano.

E você? Gostaria de ver seu clube campeão da Copa Sulamericana? Opine !!!

6.8.08

A/C Sr RAMALHO

Caro Muricy,


Há algumas rodadas já queria te escrever essa carta, mas acho que hoje é o dia perfeito. Não Muricy, não adianta se descabelar na frente do gramado. As panes mentais do nosso time são previsíveis.

Poxa Muricy, armar o time com excesso de jogadores meia boca não dá certo. Tudo bem que ano passado a gente levou o brasileirão. Mas também, tivemos muita sorte durante o torneio. As contusões praticamente não aconteceram e nossa zaga, ah que saudades, tinha três jogadores de seleção brasileira. E também não teve olímpiadas para atrapalhar...

Muricy, eu também acho que o Éder deve ser um cara bem esforçado. Tudo bem que ele não vai para balada, que chega cedo no treino, que ajuda a carregar as jalecos durante o coletivo. Mas para o São Paulo, Muricy, o Éder não serve. Eu sei que o empresário dele é legal, que é um cara competente... Mas vê se não tem nenhum clube precisando dele em outra divisão. Vai ser melhor para o Éder, e para o São Paulo também...

É Muricy, se só com o Éder já seria complicado, imagina com o Joílson ao lado. Tudo bem que ele melhorou em relação ao começo do ano, mais ainda continua sendo o... ... Joílson. Eu também acho que ele corre bastante nos jogos, que se eforça, que é um cara dedicado... Mas sabe como é né, você como treinador entende que jogador de futebol tem que ser firme, seguro, enfim... e o Joílson continua sendo um jogador que se destacou no Botafogo... por isso que o Botafogo é o Botafogo.

Poh Muricy, eu também vi que o Hugo parece estar mais firme no meio de campo. O problema, Muricy, é que ele não serve para ser o cérebro do time. Você sabe melhor do que eu que os jogadores normalmente não são lá muito inteligentes, né? Lembra que no ano passado ele cuspiu na cara do jogador do Paraná, quando o jogo estava 6 a 0. Então, ele continua o mesmo né... Vê se coloca ele um pouco mais pra frente... deixa pra outro armar o time...

Ô Muricy, fala para o Richarlyson que ele é um bom jogador tá... Mas fala também que todos nós são paulinos já vimos que ele sabe tocar de calcanhar e dar chapéu nos adversários... Não precisa mais jogar bonito. Pode avisar que o brasileiro do ano passado já acabou e que precisamos jogar sério de novo... Ok? Não esquece de falar isso tá? Se der tempo, pede para ele também parar de trocar a cor da chuteira no vestiário... ta na hora de se preocupar com o campeonato, né?

Por fim Muricy, dá um toque no Aloísio para ele treinar mais chute a gol! Ah, e pede para ele chamar o Éder Luis para ir junto... Vê se o Dagoberto também vai. Quem sabe eles não perdem o medo de tentar? É feio saber que o Adriano ainda é o artilheiro... Será que eles não se incomodam? Eu me incomodo, acho que você também...

Espero que não fique chateado comigo. Continuo admirando seu trabalho e, principalmente, sua simplicidade como treinador. Ok!? E não liga para o camarada que escreveu o último post. Ele é um bom menino, mas se perdeu um pouco na empolgação com a goleada...

Sinceramente,

Felipe

5.8.08

Cheiro de tri?

Rogério Ceni comemora seu segundo gol contra o Vasco
Presságio de título no fim do ano?

Demorou, mas aconteceu. Após 17 rodadas do Campeonato Brasileiro transcorridas, enfim, o São Paulo, equipe dona do melhor desempenho desde a implantação do regulamento disputado por “pontos corridos”, alcançou a zona de classificação para a Libertadores de 2009.

Atualmente o time do Morumbi ocupa apenas a quarta colocação, com 5 pontos de desvantagem para o líder Grêmio. Mesmo assim, a sua recuperação do faz seus adversários temerem por um possível salto na tábua classificatória ainda maior.

Além de ter um elenco competente, o time alia outras características que deveriam ser seguidas por outros clubes. O fato de sua diretoria sempre demonstrar confiança em seu treinador, independentemente dos resultados ruins, serve como exemplo. Isso contribui, e muito, para o sucesso Tricolor.

Falando em treinador, diga-se de passagem, que Muricy Ramalho muito contribuiu para esta melhoria. Finalmente o técnico deixou sua teimosia de lado e, quase sem reforços, remodelou o esquema que tanto oscilou no primeiro semestre de 2008. Abandonou o burocrático 3-5-2 para adotar um 4-4-2 muito mais móvel. Chega a ser gritante.

Com o novo padrão tático, Jorge Wagner, que apesar de hábil é deveras lento, divide a responsabilidade da armação ao lado Hugo, com Hernanes vindo de trás. Já o “cão-de-guarda” Zé Luís, por sua vez, abocanhou um lugar fixo na equipe, hora como volante, hora como zagueiro fechando a ala direita.

Outra coisa que começou a dar certo é a inversão de posições que o time pratica durante os jogos. As trocas de Jorge Wagner e Richarlyson (que voltou a jogar razoavelmente bem) na esquerda e as de Joílson e Zé Luís na direita confundem a marcação rival.

Bom, se a defesa ainda não transmite a mesma segurança do que a do ano passado, certamente as aquisições dos rodados Rodrigo e Anderson contribuirão para a melhoria do setor, que ainda tem os nos Miranda, André Dias e Alex Silva.

Na frente, o trio Borges, Dagoberto e Éder Luís não são unanimidades, mas passam por uma boa fase, e assim como Hugo, marcam seus golzinhos. E agora, com a chegada de André Lima a responsabilidade de marcar estes gols será repartida.

Com isso, não estou falando que o São Paulo é disparado o melhor elenco do país e principal favorito ao título. Não, por enquanto. Mas existe uma interessante estatística da agremiação são-paulina.

Afinal, o atual bicampeão nacional é aquele que apresenta o melhor desempenho contra as equipes da parte superior da tabela. Ou seja, quando precisa vencer, o São Paulo vence. Algo essencial para um time vencedor...