26.4.10

26 de abril – Dia do Goleiro (ano IV) – Arqueiros, capitães e campeões

Zoff: o mais velho campeão do mundo da história das Copas

Neste que é um dos posts mais tradicionais do Opinião FC, a homenagem ao Dia do Goleiro, vamos aproveitar o ensejo de um ano de Copa do Mundo para mostrar que os portiere italianos são os mais privilegiados dentre todos os outros que tiveram a oportunidade de ser campeões do mundo. Das quatro conquistas da Azzurra, duas foram capitaneadas por goleiros: Gianpiero Combi (1934) e Dino Zoff (1982) - os únicos da posição dentre as 18 edições que tiveram o gosto de levantar primeiro a taça.

Combi, lenda da Juventus – único clube que defendeu em sua carreira -, já havia pensado em se aposentar da Azzurra. Porém o chamado do técnico Vittorio Pozzo o fez reconsiderar a decisão e capitanear a Itália de 1934. Conhecido como o l'Uomo di Gomma (o homem de borracha), duelava com o espanhol Ricardo Zamora e o tcheco Frantisek Planicka como o melhor arqueiro do planeta à época.

Combi e Planicka: encontro de gigantes na final da Copa de 1934

Apostando na experiência do bianconero, então com 31 anos, Pozzo e a Federação Italiana de Futebol eram pressionados pelo regime fascista de Benito Mussolini, que desejava usar o futebol como instrumento político, assim como Hitler o faria dois anos depois, nas Olimpíadas de Berlim. E Combi foi um dos pilares para a primeira conquista da então seleção debutante em mundiais. Recebeu das mãos do próprio Duce a Taça Jules Rimet.

Se existe um atleta que já experimentou todo o tipo de turbulência com a Squadra Azzurra, esse alguém é Dino Zoff. SuperDino (como era chamado) experimentou a glória, quando foi campeão europeu em 1968, a reserva no vice-campeonato da Copa de 1970, eliminado precocemente com a sofrível seleção em 1974 e criticado pela atuação no quarto lugar do Mundial de 1978.

Na Copa de 1982, era visto com desconfiança na meta italiana, assim como o resto do time, que passou o torneio sem falar com a imprensa. Porém, sob a batuta do técnico Enzo Bearzot, a Itália cresceu nos jogos diante de Argentina e Brasil e chegou com autoridade ao título mundial, após 44 anos de jejum. Em grande parte, graças ao despertar do artilheiro Paolo Rossi e aos seis gols sofridos por Dino Zoff, durante os sete jogos daquela Copa. O veterano goleiro mostrava ao mundo que ainda jogava em alto nível, como nas partidas diante do Brasil - durante a "Tragédia do Sarriá" - ou na final contra os sempre perigosos alemães.

Além de levantar a taça, assim como Combi, Zoff também atravessou a melhor fase na carreira como jogador da Juventus. Mas o arqueiro foi além de seu compatriota, tornando-se o jogador mais velho a ser campeão mundial, com 40 anos. Só defendeu menos a camisa da Itália que Fabio Cannavaro (132) Paolo Maldini (126).

Nesta Copa do Mundo, a Espanha pinta como uma das grandes favoritas ao título, credenciada com o título da Euro 2008 e a campanha impecável durante as Eliminatórias Europeias. E em caso de confirmação da primeira conquista da Fúria, certamente quem erguerá o troféu será Iker Casillas, capitão da equipe. Ou seja, há boas chances de que, pela terceira vez em 19 edições, a imagem eternizada ao levantar a mais cobiçada das taças seja protagonizada pelo goleiro do Real Madrid e da Espanha.

RELEMBRE:

Dia do Goleiro, 2009
Dia do Goleiro, 2008
Dia do Goleiro, 2007

2 comentários:

Vinicius Grissi disse...

Bacana seu levantamento. Os goleiros são sempre os mais sofridos, jogam no único lugar onde a grama não nasce, mas são importantes demais para formar grandes equipes.

Blog do Carlão - Futebol é nossa área disse...

Se a Argentina tivesse um à altura, pintaria como candidata.