31.1.10

Encontro de três gerações

Com a confirmação do empréstimo de Robinho para o Santos, o torcedor do Peixe vai poder ver em campo a reunião de três gerações da história recente santista. O velho “Messias” Giovanni, representante da geração vice campeã brasileira em 1995; o próprio Robinho, um dos heróis da geração 2002, ao lado de Diego, Renato, Léo e compania, que acabou com um jejum de 18 anos sem títulos de expressão para o clube – posteriormente, a base daquela equipe seria vice da Libertadores em 2003 e campeão brasileiro em 2004; e as jóias da atualidade, que vem empolgando o torcedor santista com boas atuações: Paulo Henrique “Ganso” – que foi destaque no Brasileirão 2009 – e Neymar, subindo novamente de produção neste início de Paulistão.

Contudo, essa reunião de jogadores traz um questionamento: como Dorival Júnior encaixará tanta gente neste novo Santos? Giovanni, prestes a completar 38 anos, é o que inspira mais cuidados. Cotado até para fazer as vezes de referência na área, o meia ainda recupera a boa forma. E com o bom momento do jovem André - 19 anos e três gols no Paulistão - no ataque. Já Neymar, tido como grande promessa desde que era apenas um adolescente na base santista, parece retomar a boa fase. É um dos artilheiros deste Paulistão, com cinco gols, além de servir constantemente os companheiros e ser incisivo no ataque, partindo sem medo pra cima das zagas adversárias.

Com a chegada de Robinho, Dorival não deve barrar o bom momento dos garotos no time. Ele pode armar um ataque com Robinho aberto na esquerda e Neymar na direita, com André (ou Giovanni, como cogitado) servindo como referência no ataque, recuando um dos meias – Ganso ou Marquinhos – para ajudar a compor a cabeça de área e auxiliar na marcação. A tendência da equipe santista é ter de um futebol mais bonito e eficiente, com o bom momento dos garotos, a esperança na volta de Giovanni e a necessidade de Robinho mostrar serviço para chegar com moral à Seleção Brasileira que vai disputar a Copa do Mundo. E com a atenção de Corinthians e São Paulo voltadas para a Libertadores e um Palmeiras que contrata pouco e tem muitas deficiências na defesa e no ataque, o Santos pode perfeitamente levar este Paulistão, no qual bateu na trave em 2009.

29.1.10

Pra que serve a parceria?

Presidente de Trafic e Palmeiras,Jota Hawilla e Luiz Gonzaga Belluzzo, respectivamente.

Deola; Figueroa, Edinho, Danilo e Gabriel Silva (Eduardo); Pierre, Márcio Araújo, Cleiton Xavier (Daniel Lovinho) e Deyvid Sacconi; João Artur (Anselmo) e Robert. Eis a escalação do Palmeiras no jogo da última quarta-feira, diante do Mirassol. Vamos agora dar uma olhada nas contratações dos outros grandes do futebol paulista. Corinthians: Roberto Carlos, Danilo, Tcheco, Ralf e Iarley, entre outros. São Paulo: Marcelinho Paraíba, Cléber Santana, Rodrigo Souto, Xandão, Léo Lima etc. Santos: Giovani e Robinho. Palmeiras: Edinho. Saíram Vagner Love e Deyvid Sacconi, até agora.

E dos grandes paulistas, o único paulista que conta com uma parceria é exatamente o Palmeiras, com a Trafic. Então surge a questão: pra que serve a parceria? Cadê os grandes jogadores ou os milhões? Será que a política de contratar jogadores apenas para valorizar e depois vender tem dado certo? Creio que não. Desde que o Palmeiras fechou com a parceira, o único título foi o Paulistão de 2008 que, convenhamos, só foi bom por fazer terminar a fila de 9 anos sem títulos, desde a Libertadores de 1999.

E na boa: por mais que apostar nos jovens ou em jovens contratações seja uma política interessante, é difícil se empolgar com Gabriel Silva, Márcio Araújo, Daniel Lovinho ou João Arthur. E as perspectivas não são das melhores. Enquanto os rivais trazem estrelas de volta da Europa, o Verdão não sinaliza com nenhuma grande contratação. Os 11 titulares formam um bom time. O problema é quando há desfalques, como nessa quarta rodada do Paulistão, quando Muricy foi obrigado a escalar o time descrito na primeira frase.

Já é senso comum que 11 bons titulares não são suficientes para ganhar campeonato. Sem elenco não existe sucesso. Resta saber quando a diretoria palmeirense ou os executivos da Trafic vão acordar para isso.

Quando será a próxima comemoração?

27.1.10

A novela Robinho e o profissional brasileiro

Pouco mais de um ano após sua contratação estratosférica pelo Manchester City – cerca de 40 milhões de libras, junto ao Real Madrid – Robinho está insatisfeito nos Citizens. Teve bom início, mas não joga um futebol decente há quase uma temporada inteira. Homem de confiança de Dunga, continuou sendo convocado com a Seleção, empolgando em poucas partidas e vendo Nilmar ameaçar a sua titularidade com um futebol convincente e gols. A questão é: ele estaria com razão de deixar Manchester e voltar ao Brasil? Sem dúvidas, é direito dele.

Contudo, o atacante novamente força a sua saída do clube que defende – da forma como já havia feito com o Santos e Real Madrid. Inspirado nos exemplos recentes de Adriano, Fred e Vagner Love – que literalmente cansaram de atuar fora do Brasil – Robinho deseja voltar ao Brasil não apenas para ficar em evidência na mídia. Ele volta em busca dos mimos e regalias dadas pelos cartolas brasileiros aos craques em mau momento na Europa e que desejam retornar à terra natal, ganhando algo próximo de sua realidade européia.

No Santos, ele desejava sair ao Real para se tornar o “melhor do mundo”. No Real, se sentiu desvalorizado por ter sido preterido pelos merengues em nome de melhores investimentos – leia-se as investidas iniciais ao atacante Cristiano Ronaldo, melhor do mundo na ocasião. No City, preterido pelas más atuações dentro de um clube médio que ainda começa a voltar ao primeiro escalão inglês. Pelos Citizens, pífios oito jogos em 2009/10 e apenas um gol, contra o modesto Scunthorpe, pela League Cup. Não é nem sombra daquele jogador que despontou no Santos com força e teve lampejos de bons momentos no Real.

Robinho é o expoente de boa parte dessa safra de jogadores brasileiros que buscam a Europa a qualquer custo, sem pensar nos pontos negativos que a transferência pode trazer. A adaptação, a maior dedicação tática, a melhor utilização de um elenco como um todo não vem enraizada na formação dos jovens atletas desde a categoria de base. Os exemplos estão aí: Adriano, Thiago Neves, Anderson, Fred. Sem dúvida, o Brasil produz alguns dos melhores futebolistas do planeta. Porém, no quesito profissionalismo e na relação atleta/clube, os jogagores brasileiros ficam devendo muito em relação ao segundo maior exportador de talentos do planeta: os argentinos.

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23.1.10

Aperitivo para a Copa do Mundo?

Enfim, a Copa Africana de Nações de 2010 começa a empolgar pelo futebol, não por suas tragédias extra-campo, como o atentado ocorrido na província de Cabinda que matou dois membros da comissão técnica de Togo e culminou com a desistência desta seleção. Neste próximo domingo, dia 24, inicia-se a fase eliminatória. Nela, as oito melhores equipes da primeira fase enfrentam-se almejando uma presença na finalíssima, dia 31. Confira, agora um pouquinho de cada duelo:

Angola X Gana
Os anfitriões chegam motivados a próxima fase por ainda não terem sido derrotados. Apoiados por sua torcida, os angolanos esperam realizar a melhor campanha de todos os tempos, alcançando, ao menos, às semifinais. Por outro lado, o tradicional selecionado ganês, busca o seu 5º título na competição para sair, enfim, de uma fila que já dura 28 anos. O problema é que o futebol apresentado até aqui, não empolga.

Angola
Melhor participação:
Quartas-de-finais (2008)
Campanha em 2010: 3J; 1V, 2E, 0D, 6GP, 4GC – 1º colocado no Grupo A
Time-base: Carlos Fernandes; Kali, Zuela e Rui Marques; Stelvio (Dedé Alves), Xara, Mabiná e Gilberto; Djalma Campos, Manucho e Flávio. Técnico: Manuel José.
Destaques: Matador, Flávio é o artilheiro da competição: marcou 3 gols. O habilidoso Gilberto é aquele que dá o toque de qualidade ao meio-campo dos Palancas Negras.
Olho nele! Djalma Campos, de 22 anos, entrou no jogo contra Mali e foi muito bem. Não saiu mais do time.
Desfalques? Dedé Alves jogou apenas 28 minutos e lesionou-se ainda na estréia. Pode retornar ainda contra Gana.

Gana
Melhor participação: Tetracampeã (1963, 65, 78 e 82)
Campanha em 2010: 2J; 1V, 0E, 1D, 2GP, 3GC – 2º colocado no Grupo B
Time-base: Kingson; Inkoom, Vorsah, Addo (Sarpei) e Rahim Ayew; Agyemang-Badu, Essien (Dramani) e Asamoah; Opoku (Asamoah Gyan); Andre Ayew e Amoah. Técnico: Milovan Rajevac.
Destaques: Filho do astro Abedi Pele, Andre Ayew foi o grande responsável pela classificação dos Estrelas Negras. Asamoah é o motorzinho da equipe: ajuda tanto no ataque quanto na defesa.
Olho nele! Com apenas 19 anos, Agyemang-Badu e já detém a responsabilidade de ser o principal marcador do meio-campo ganês .
Desfalques? Essien, maior estrela da equipe, está machucado e sua presença na continuação do torneio ainda não foi confirmada.
Chances de classificação: 45% para Angola, 55% para Gana.



Zâmbia X Nigéria
Até o momento, a Zâmbia é a maior zebra da competição. Liderou um grupo que continha Camarões e Tunísia, rivais que possuíam atletas tecnicamente melhores. Apostar num novo avanço zambiano parece inviável. Em franca ascensão na competição, os nigerianos têm tudo para alcançar as semifinais. Mas vale o recado: a Nigéria, famosa por escalar times ofensivos que se defendem mal, adora “pipocar” em momentos decisivos.

Zâmbia
Melhor participação: Duas vezes vice-campeã (1974, 94)
Campanha em 2010: 3J; 1V, 1E, 1D, 5GP, 5GC – 1º colocado no Grupo D
Time-base: Mweene; Mbola, Musonda, Chintu Kampamba e Nyirenda; Sunzu, Chris Katongo e Kalaba (Njovu); Felix Katongo; Chamanga e Mulenga. Técnico: Herve Renard.
Destaques: Os irmãos Katongo são o grande referencial da equipe. Geralmente, todas as bolas passam pelos pés deles. Não à toa, são os que armam a maioria dos contra-ataques.
Olho nele! Sunzu tem apenas 20 anos e é tido como a grande promessa do país. Voluntarioso, entrou nos Chipolopolos e não saiu mais.
Desfalques? Kalaba tomou seu segundo cartão amarelo contra Gabão. Não enfrenta a Nigéria.

Nigéria
Melhor participação: Bicampeão (1980, 94)
Campanha em 2010: 3J; 2V, 0E, 1D, 5GP, 3GC – 2º colocado no Grupo C
Time-base: Enyeama; Yusuf Mohamed, Shittu, Yobo (Onyekachi) e Echiéjilé; Etuhu, Obi Mikel e Kalu Uche (Sani Kaita); Obasi, Odemwingie (Obinna) e Yakubu. Técnico: Shaibu Amodu.
Destaques: Obi Mikel é o responsável pela fluência e pelo toque diferenciado do meio-campo nigeriano. Forte e oportunista, Yakubu é um atacante que possui características européias. Tem posição cativa no time.
Olho nele! Obinna é rápido e possui posicionamento e finalização acima da média. Tem 22 anos e já atua na Europa desde os 17.
Desfalques? A vitória frente ao Benin deixou marcas no elenco. Tanto Yobo quanto Uche lesionaram-se na partida. O retorno de ambos ainda é um mistério.
Chances de classificação: 20% para Zâmbia, 80% para Nigéria.

Costa do Marfim X Argélia
Tida como o melhor selecionado africano da atualidade, a Costa do Marfim ainda não apresentou um futebol meramente “correto”. Nesta fase tem um bom desafio para, enfim, confirmar o seu amplo favoritismo. A Argélia, por sua vez, decepcionou. Donos de uma campanha irregular, ainda não fizeram jus à sua classificação à Copa do Mundo. Ainda assim, esperam surpreender os marfinenses.

Costa do Marfim
Melhor participação: Campeão (1992)
Campanha em 2010: 2J; 1V, 1E, 0D, 3GP, 1GC – 1º colocado no Grupo B
Time-base: Barry; Eboue (Demel), Zokora, Kolo Touré e Bamba; Yaya Touré, Tiene e Tiote; Gervinho; Kalou (Bakary Kone) e Drogba. Técnico: Vahid Halilhodzic
Destaques: Principal expoente africano na atualidade, Drogba é sempre um jogador muito difícil de ser marcado. Os irmãos Yaya e Kolo Touré são peças-chave no esquema dos Elefantes. Passam experiência aos mais novos e contribuem no setor ofensivo
Olho nele! Gervinho é o meio-campista que faltava na Costa do Marfim de 2006. Habilidoso, tem bom domínio e ótimos arranques.
Desfalques? Eboue foi expulso na partida contra Gana. Não enfrenta a Argélia.

Argélia
Melhor participação: Campeão (1990)
Campanha em 2010: 3J; 1V, 1E, 1D, 1GP, 3GC – 2º colocado no Grupo B
Time-base: Chaouch; Laifaoui, Bougherra, Halliche e Belhadj; Mansouri, Yebda, Bezzaz (Bouazza) e Ziani; Matmour (Saifi); Ghezzal. Técnico: Rabah Saadane.
Destaques: Belhadj é o atleta argelino mais conhecido, famoso por sua virilidade e seu vigor físico. Rodado, Ziani é o grande cérebro das Raposas desérticas. Muito talentoso.
Olho nele! Meghni não teve muitas oportunidades no time principal, apesar de ser um dos destaques da seleção francesa Sub-17. Seu apelido? Pequeno Zidane.
Desfalques? Não tem.
Chances de classificação: 70% para Costa do Marfim, 30% para Argélia.

Egito X Camarões
Na reedição da finalíssima de 2008, o Egito chega como favorito. Afinal, os egípcios parecem ter superado sua desclassificação para a Copa, sendo os únicos a permanecerem com uma campanha impecável: 100% de aproveitamento. Mesmo desmotivado pela fraca atuação na 1ª fase, Camarões espera ter melhor sorte contra o rival, já que nos dois últimos jogos em que ambos se confrontaram no torneio, os camaroneses levaram a pior: 4 a 2 e 1 a 0.

Egito
Melhor participação: Hexacampeão (1957, 59, 86, 98, 06 e 08)
Campanha em 2010: 3J; 3V, 0E, 0D, 7GP, 1GC – 1º colocado no Grupo C
Time-base: El Hadary; Fathi, Said, Fathallah e Moawad; Gomaa; Ghaly, Hassan e Hosny (Geddo); Zidan e Moteab. Técnico: Hassan Shehata.
Destaques: O capitão Ahmed Hassan é o atleta que detém o recorde de partidas com a camisa dos Faraós: 169. Sua liderança é fundamental para o time. Moteab passa por uma boa fase e sua presença de área tem ocasionado vários gols.
Olho nele! Shikabala é muito veloz e sabe atuar tanto vindo detrás como armador quanto mais a frente como centroavante. Virará titular em breve.
Desfalques? Não tem.

Camarões
Melhor participação: Tetracampeão (1984, 88, 00 e 02)
Campanha em 2010: 3J; 1V, 1E, 1D, 5GP, 5GC – 2º colocado no Grupo D
Time-base: Kameni; Geremi, Song, N’Koulou e Bedimo (Enoh); Alexandre Song, N’Guemo (Tchoyi), Makoun e Emana; Idrissou (Webo) e Eto’o. Técnico: Paul Le Guen.
Destaques: Forte, oportunista e trombador, Eto’o está entre os melhores atacantes do planeta. Makoun é o maior articulador dos Leões. Tranquilo, ele tem um bom domínio de bola e lança muito bem.
Olho nele! Com apenas 19 anos N’Koulou é titular absoluto da zaga. Rápido e forte nos desarmes, é o companheiro ideal para o veterano Song.
Desfalques? Não tem.
Chances de classificação: 60% para Egito, 40% para Camarões.

21.1.10

Twitter no esporte: mocinho ou bandido?

Página de Shaq no Twitter: o pivô tem quase 3 milhões de seguidores

Criado em 2006 pelos estadunidenses Jack Dorsey, Evan Williams - que também fez o Blogger - e Biz Stone, o Twitter teve em 2009 sua grande explosão de popularidade na internet. Muitas pessoas comuns, celebridades de todas as áreas e diversos governantes usaram o microblog para se comunicar, fazer promoção pessoal ou descrição do cotidiano, entre outras coisas. Não há dúvidas em afirmar que o Twitter revolucionou a forma de trocar informações dentro da world wide web.

No mundo esportivo, não foi diferente. Dentre os mais populares, estão o pivô Shaquille O’Neal, o wide receiver Chad Ochocinco, o piloto Rubens Barrichello e o técnico Mano Menezes, que usam o Twitter não só para descrever o cotidiano dos esportes em 140 caracteres, mas mostrar um pouco de suas vidas pessoais sem o intermédio da imprensa especializada. No futebol, o Twitter causa verdadeiro furor, já que alguns presidentes de clube, como Luiz Gonzaga Belluzzo, do Palmeiras e Alexandre Kalil, do Atlético/MG, usaram o microblog para anunciar em primeira mão aos seus seguidores as novidades de suas respectivas equipes, tentando assim burlar a enxurrada de especulações veiculadas pela imprensa, que ao invés de ficar de ouvidos atentos nos bastidores nos clubes, também tem que ficar de olhos atentos às atualizações na tela do computador.

Porém, na contramão dessa revolução da informação no mundo do futebol, os clubes tentam se armar contra possíveis malefícios que o Twitter venha a lhes causar. Nesta semana, os clubes de Manchester - United e City - anunciaram a proibição do uso do Twitter e Facebook entre os atletas de seus respectivos elencos. Ambos alegam que os fãs dos atletas que tiveram os perfis cancelados – entre eles, Ferdinand, Rooney, Fletcher, Giggs e Tevez – podem interagir de forma oficial através dos canais de comunicação do próprio clube, além de proteger os clubes da especulação plantadas por perfis falsos – conhecidos como fakes – de seus atletas. “Em primeiro lugar, existem pessoas lá fora que os representa e, por outro lado, o que é dito lá muitas vezes é usado fora de contexto pela imprensa”, afirmou o diretor de comunicações do Manchester United, Phil Tonwsend ao Manchester Evening. A medida foi largamente criticada por especialistas de mídia ingleses, que afirmaram que a medida vai dificultar a interação entre torcedores e jogadores.

Contudo, a intenção dos clubes não é apenas proteger o clube das investidas da imprensa, mas sim dos próprios atletas. No futebol inglês, recentemente tivemos o caso do atacante holandês Ryan Babel, do Liverpool. Não relacionado para a partida contra o Stoke City ocorrida no último sábado (16), o holandês desabafou com seus seguidores: "Olá, pessoal, tenho notícias decepcionantes. Não vou viajar para Stoke. O chefe me deixou fora da convocação. Sem explicação", escreveu Babel. Furioso, o técnico Rafa Benítez repreendeu o jogador, que acabou multado pelo Liverpool e teve que encerrar sua conta, a pedido da diretoria dos Reds. O episódio deve encerrar sua passagem em Anfield, já que o Liverpool já analisa propostas para a transferência do atacante holandês. Na NBA, três jogadores foram multados pela organização da liga em novembro de 2009 por utilizarem o microblog durante o intervalo das partidas que disputavam. Amare Stoudemire (Pheoneix Suns), Tyson Chandler (Charlotte Bobcats) e Rasheed Wallace (Boston Celtics). Inclusive, o ala-pivô dos Celtics foi o que teve a punição mais pesada - 30 mil dólares - por ter tuitado uma crítica incisiva a decisão da arbitragem na partida entre sua equipe e o Toronto Raptors.

Outro caso de repercussão negativa é a do atacante do Sunderland Darren Bent. Com a conta bem ativa, Bent já usou os 140 caracteres para expressar sua indignação contra seu ex-clube, o Tottenham, que não teria facilitado as negociações para sua transferência para o Sunderland, inclusive insultando o diretor Daniel Levy; já discutiu sobre o gol de sua equipe contra o Liverpool, onde a bola desviou em um balão que estava em campo e enganou o goleiro Pepe Reina; externou um caso de racismo, praticado por um torcedor dos próprios Black Cats. Por outro lado, existem atletas se mobilizam ao usá-lo para ações coletivas, como Kaká e Shaq, que difundem a todo momento em suas páginas para que seus seguidores colaborem com as vítimas do terremoto que recentemente assolou o Haiti, deixando mais de 70 mil mortos e milhares de feridos.

São os vários lados desse prisma que é uso massivo do Twitter no mundo dos esportes. E parece que por ora, entidades e atletas estão bem longe do que seria um consenso entre as duas partes, sem nenhum tipo de atitude prejudicial a ambos.

19.1.10

A Zebra empacou?

Que fase, Juve!
Diego lamenta penalti perdido na derrota para o Bari: 3 a 1

No início da temporada 2009/2010 do futebol italiano todos os críticos apostariam que a grande rival da Internazionale na disputa pelo Calcio, seria a Juventus. Após a 15ª rodada, o triunfo da Vecchia Signora em cima dos nerazzurri serviu apenas para confirmar estas expectativas. Quem dera...

Bastou passar pelo atual tetracampeão nacional para a campanha da Zebre ruir. De lá pra cá, 5 jogos com 4 derrotas (3 a 1 para o Bari, 2 a 1 para o Catania, 3 a 0 para o Milan e 1 a 0 para o Chievo) e apenas 1 vitória (2 a 1 contra o Parma). A fase é tão ruim que a Juve despencou da segunda posição para a quinta. Ou seja, em apenas cinco jogos os “quase líderes” conseguiram a façanha de sequer permanecer na zona de classificação para a próxima Champions League.

Os motivos para esta queda de rendimento tão relevante são simples. Se, por um lado, os veteranos Cannavaro e Del Piero já não mostram a mesma disposição de antigamente, os jovens De Ceglie, Paolucci, Marchísio e Giovinco tampouco acrescentaram algo quando utilizados. Nem os brasileiros se safaram do momento de mediocridade da equipe. Felipe Melo faz uma temporada muito aquém daquela que o levou à seleção. Diego continua alternando entre ótimos passes e péssimas jogadas. Até Amauri não tem o mesmo faro de gol de outrora.

A situação do treinador Ciro Ferrara, ex-zagueiro da bianconeri e um dos recordistas em números de jogos (253 partidas), só não é pior porque a Juventus pelo menos eliminou o Napoli nas oitavas-de-finais da Copa Itália por sonoros 3 a 0. Provavelmente, sem esta vitória conquistada na última quarta-feira, a cabeça do técnico da Vecchia Signora já teria sido colocada a prêmio.

Agora, o jeito é mudar o foco. A Juve deve preocupar-se primeiramente com o seu retorno ao seleto grupo da Champions para, depois disso, almejar objetivos maiores. Basta ter um bom desempenho, em Turim, frente aos seus rivais romanos. Vencendo Roma (concorrente direta na disputa por uma vaga na Champions) e Lazio, a Juventus permanece na briga. Improváveis tropeços, porém, poderão ser fatais, uma vez que colocariam toda a temporada em xeque, ainda no mês de janeiro. Um verdadeiro banho de água fria na tifosi e nos dirigentes bianconeris.

18.1.10

Na contramão

Robinho, substituído após 55 minutos em campo após outra atuação discreta: ainda assim, é nome certo para a Copa do Mundo

Abordei aqui na última semana sobre o crescimento da performance de Ronaldinho no Milan, o que faz com que boa parte do mundo da bola já clame por sua convocação para defender o Brasil na Copa do Mundo. Pois bem, o meia brasileiro confirmou o bom momento não só ao marcar três gols contra o Siena, na última rodada, mas ao ser incisivo com naturalidade, como ficamos acostumados a vê-lo durante o seu auge no Barcelona.

Seguindo o caminho contrário, Robinho acumula outra partida decepcionante no Manchester City. Na derrota dos Citizens para o Everton, no último sábado, o camisa dez começou no banco, teve boa oportunidade ao substituir o contundido Roque Santa Cruz logo no início da partida, mas foi pouco efetivo, sendo substituído por Wright-Phillips após pouco mais de 55 minutos em campo. "Eu tinha Bellamy, Benjani, Tevez e Robinho, todos atacantes. Então eu decidi que tinha tirar um deles", afirmou o técnico Roberto Mancini à BBC. Em sã consciência, alguém faria substituição diferente da realizada pelo italiano com aquela situação de jogo?

Robinho e Ronaldinho, apesar de atravessarem momentos distintos, não brigam pela mesma posição no elenco de Dunga para a Copa. Ainda assim, a situação é irônica. O atacante do City só não vai à Copa em caso de contusão, já que é homem de confiança do técnico canarinho. Por outro lado, Ronaldinho - que não foi bem nas Olimpíadas de Pequim e teve sua última convocação em abril de 2009, contra o Peru pelas Eliminatórias - estava no elenco sem a menor condição ou mérito para tal. E terá que manter o nível de suas atuações para convencer Dunga que merece um lugar entre os 23 – nem falamos em titularidade, como Robinho é atualmente – que estarão na África do Sul.

16.1.10

Paulistão 2010 - Parte 4

São Paulo
Mudança de hábito


Ricardo Gomes nunca foi um entusiasta do 3-5-2, esquema consolidado no tempo em que o São Paulo construiu sua hegemonia nacional, a partir do comando de Muricy Ramalho. O atual técnico ainda atuou em diversas partidas do último Brasileirão com esse esquema. Mas a chegada dos reforços ao Morumbi, avalizados pelo treinador, mostram que ele vai voltar ao tradicional 4-4-2. Nos esboços da preparação Tricolor para o Paulistão, Júnior César dançou e o eficiente Jorge Wagner foi deslocado para a lateral esquerda, com Richarlyson, Hernanes, Léo Lima e Marcelinho formando a meia e abastecendo a conhecida dupla de ataque, formada por Washington e Dagoberto.

O pacotão de reforços do São Paulo não empolgou boa parte da exigente torcida sãopaulina, mas há nomes interessantes: Marcelinho Paraíba – de volta após dez anos de sua primeira passagem no Morumbi - e o atacante Fernandinho – um dos destaques do Barueri em 2009 – chegam com pinta de titularidade. Já os polêmicos Léo Lima e André Luís não têm um histórico comportamental dos mais favoráveis. Porém, o ex-volante de Palmeiras e Goiás pode ser de grande valia, assim como Carlinhos Paraíba (ex-Coritiba). Já os zagueiros André Luís e Xandão (ambos ex-Barueri) serão reservas da consolidada dupla Miranda-André Dias, uma das melhores em atividade no país.

Assim como fez o Corinthians, o São Paulo reforça bem o elenco, visando a montagem de duas equipes, para disputa da maratona de jogos entre o Campeonato Paulista e a Libertadores. Mas enquanto os rivais do Parque São Jorge correram incessantemente atrás de um camisa 10 clássico, o São Paulo começa outra temporada sem um meia cerebral. Novamente, a equipe apostará na chegada de seus volantes – Hernanes e Léo Lima – e agora, na habilidade do velho, mas ainda eficiente, Marcelinho Paraíba nas diagonais, como mostrou nos 14 gols que marcou no rebaixado Coritiba na Série A de 2009.

São Paulo Futebol Clube
Status: Favorito ao título
Melhor participação: 20 títulos (1943, 1945, 1946, 1948, 1949, 1953, 1957, 1970, 1971, 1975, 1980, 1981, 1985, 1987, 1989, 1991, 1992, 1998, 2000 e 2005)
Como foi em 2009? 4º lugar
Como joga? Ricardo Gomes acena com o 4-4-2, com Richarlyson mais fixo na cabeça de área, enquanto Hernanes e Léo Lima têm um pouco mais de liberdade para fazer a transição ao ataque. Com isso, Marcelinho Paraíba deve ficar mais aberto pelos flancos, fazendo um papel entre meia e um “falso” terceiro atacante, enquanto Jorge Wagner e Jean são deslocados para as laterais. As bolas centradas em Washington devem continuar como uma das principais jogadas do Tricolor, que conta com a velocidade de um ainda inconstante Dagoberto, que terá sombra à altura quando Fernandinho estiver apto para jogar.
Time base: Rogério Ceni; Jean (Adrian González), Miranda, André Dias e Jorge Wagner; Richarlyson, Hernanes, Léo Lima e Marcelinho Paraíba; Dagoberto (Fernandinho) e Washington. Técnico: Ricardo Gomes.
Ele é o cara! Em alta, o atacante Washington passou de quase dispensável a sinônimo de gols na reta final do Brasileirão. A pouca técnica e velocidade são compensadas com a forte jogada aérea e a ótima capacidade de finalização dentro da área, como um clássico centroavante.
Olho nele: A contusão de Fernandinho deve dar novas chances ao jovem atacante Henrique, goleador do Tricolor em diversos campeonatos das categorias de base. Muitos comparam seu estilo em campo ao do goleador Luizão, de ótimo posicionamento, oportunismo e técnica.
Pontos Fortes: Continua fortíssimo na jogada aérea, com Washington e Miranda, devidamente abastecidos por Jorge Wagner; boas opções no meio campo de contenção e transição ao ataque, tendo jogadores como Zé Luís, Arouca e Jean à disposição; a defesa está consolidada como uma das melhores em atividade no país, devidamente capitaneada por Rogério Ceni.
Pontos Fracos: Poucas opções no ataque, já que Borges e Hugo deixaram o clube e Fernandinho ficará dois meses se recuperando de contusão; a falta de um meia cerebral e de um lateral direito confiável.

Bragantino
Pedaço do Nordeste em Bragança Paulista

Grande sensação do futebol brasileiro no início dos anos 90 – quando foi campeão paulista e vice no Brasileirão do ano seguinte – o tradicional Bragantino busca surpreender os grandes, como em 2007, quando foi um dos semifinalistas do Paulistão. Mas para 2010, a equipe deixa de apostar nos veteranos – Adãozinho se aposentou e Sérgio Manoel foi para o futebol brasiliense - para dar chance a reforços que atuaram nas Séries C e D do Brasileirão em 2009, oriundos principalmente do Nordeste. Dos 17 reforços, sete são de lá: o goleiro Victon (Galícia-BA), os laterais Esquerdinha e Marcos Vinícius (ambos do Icasa-CE), os volantes Leandro Piton (Santa Cruz), Vinícius (Icasa-CE), o meia Rodriguinho (ABC-RN) e o atacante Juninho Quixadá (Ferroviário-CE). Entre as figuras mais conhecidas pelo torcedor, chegaram o volante Francis (ex-Palmeiras) e o goleiro André Zuba (ex-América-SP).

De campanha regular na última Série B (9º, 53 pontos), o Braga tem o técnico de maior longevidade na atualidade entre as principais divisões do futebol brasileiro: Marcelo Veiga, que está à frente do clube desde setembro de 2007, comanda a equipe com mão de ferro como uma espécie de manager. Ele se manteve em Bragança Paulista após ser sondado para assumir o Paraná Clube e disputará seu sexto Paulistão consecutivo pela equipe – teve duas passagens anteriores pelo Braga entre 2004 e 2005, depois entre 2006 e 2007, antes da assumir a equipe sem setembro de 2007 . Veiga remontará a equipe apostando em velhos conhecidos do clube como o goleiro Gilvan – prestes a completar 100 partidas pelo clube – o veterano meia Lúcio, 36 anos e com de passagens por Goiás, Santos, Flamengo, Botafogo e Portuguesa, além do rodado atacante argentino Frontini. Mas terá um desfalque inicial importante: o acanhado estádio Nabi Abi Chedid foi vetado pelo Ministério Público, por não apresentar laudo sobre as suas condições de segurança, o que faz a equipe estrear contra o Oeste de Itápolis na Arena Barueri.

Clube Atlético Bragantino
Status: Coadjuvante
Melhor participação: Campeão em 1990
Como foi em 2009? 10º lugar
Como joga? Veiga gosta de solidificar suas equipes usando o 3-5-2, em um time recheado de volantes e que sai em velocidade para o contra-ataque. Lúcio terá a missão de abastecer o ataque, onde Frontini leva algum perigo como o clássico centroavante.
Time base: Gilvan; Maurício, Marcelo Godri e Da Silva; Diego Macedo, Francis, Paulinho, Lúcio e Esquerdinha; Léo Jaime e Frontini.
Técnico: Marcelo Veiga.
Ele é o cara! O veterano meia Lúcio, uma das principais peças do Bragantino na Série B de 2009. Além dos cinco gols anotados na competição, Lúcio ainda cria boas ocasiões de gols aos atacantes.
Olho nele: Outro destaque da equipe na Série B, o atacante Léo Jaime mostrou oportunismo, com cinco gols marcados. Rápido, o avante de 23 anos encaixa suas características com a de seu parceiro Frontini, mais fixo entre os zagueiros.
Pontos Fortes: Equipe sempre bem postada na defesa, auxiliada pelo grande número de volantes; Lúcio distribui bem as jogadas e Léo Jaime é rápido nos contra-ataques.
Pontos Fracos: Luta contra o desentrosamento e não sabe tomar as iniciativas da partida, mesmo quando joga em casa, já que é um time excessivamente defensivo.

Botafogo
Sem gringos

Evidenciado na mídia após tentar trazer os veteranos italianos Francesco Coco e Christian Vieri, o Botafogo chega ao Paulistão como o time que mais se reforçou: 28 jogadores chegaram ao Botinha, mas nenhum deles com a visibilidade dos italianos. Entre os mais conhecidos, o goleiro Cléber (ex-Sport), os volantes Ademir Sopa (ex-São Caetano), Radamés (ex-Naútico) e Rodrigo Pontes (ex-Coritiba), além do atacante Ricardinho (com passagens por Palmeiras e Grêmio).

Visando entrosar um elenco inteiro, o técnico Roberto Fonseca deve adotar um esquema mais cauteloso neste início de campeonato, com três zagueiros e dependendo inicialmente das boas jogadas individuais do meia Xuxa - recém contratado do São Caetano - e do atacante Ricardinho. Para quem sonhou em trazer jogadores de renome e lotar estádios, a Pantera deve ser contentar com uma posição intermediária neste Paulistão.

Botafogo Futebol Clube
Status: Zona de rebaixamento
Melhor participação: Vice-campeão em 2001
Como foi em 2009? 15º lugar
Como joga? Roberto Fonseca monta a equipe no 3-5-2, reforçando a defesa e deixando Xuxa livre para se movimentar em campo.
Time base: Cléber; Freire, Walter e Cleiton; Cássio (Rodrigo Pontes), Augusto Recife (Radamés), Ademir Sopa, Xuxa e Vando; Malaquias (Ricardinho) e Willian. Técnico: Roberto Fonseca
Ele é o cara! Com passagens por Palmeiras, Grêmio e Botafogo, o atacante Ricardinho tem a oportunidade de ressurgir no futebol jogando pelo Botafogo. É rápido e técnico, mas ainda peca na finalização.
Olho nele: Com apenas 20 anos, o zagueiro Freire mal chegou e já agarrou a titularidade na equipe de Roberto Fonseca.
Pontos Fortes: Para o padrão do campeonato, trouxe bons nomes para a cabeça de área; o atacante Ricardinho pode se mostrar perigoso.
Pontos Fracos: Dos times analisados, deve ser o que mais sofrerá com o entrosamento, já que contratou praticamente um elenco completo; Poucas opções para o esquema de três zagueiros.

Monte Azul
O caçula nonagenário

Em seu aniversário de 90 anos, o Monte Azul não poderia ter ganho presente melhor: jogará na divisão de elite paulista pela primeira vez. E a estréia será contra o atual campeão Corinthians, jogando em Ribeirão Preto – por razões econômicas. Mesmo sem experiência no Paulistão, a equipe comandada por Edison Só não pode ser desprezada, já que trouxe bons nomes para fazer bonito em seu primeiro Paulistão. Dentre os mais conhecidos, estão o zagueiro Ávalos (com passagens por Santos e Barueri), o lateral André Cunha (passagens por Palmeiras e Ponte Preta), o volante Rafael Fefo (ex-Marília), o meia Rafael Ueta (ex-Ponte Preta) e os atacante Marcelinho (ex-Corinthians) e Lopes (ex-Juventude e Palmeiras), alguns entre as 20 contratações feitas pelo Azulão.

A pequena Monte Azul Paulista, com cerca de 20 mil habitantes, promete incentivar o atual campeão da A-2, que, ao menos no papel, tem time pra sonhar ao menos com a disputa de Campeão do Interior, o que fecharia com chave de ouro este ano importantíssimo para o clube.

Atlético Monte Azul
Status: Coadjuvante
Melhor participação: estreante
Como foi em 2009? Campeão da Série A-2
Como joga? O caçula deste Paulistão vem no 4-4-2, contando com os avanços de André Cunha na ala direita. Rafael Fefo e Luciano Sorriso são os volantes de marcação, deixando Fransciscatti ou Ueta na armação. Lopes é perigoso na frente, que ainda tem velozes opções como Borebi e Marcelinho.
Time base: Tiago Cardoso; André Cunha, Ávalos, Mauro e Ferrari; Rafael Fefo, Luciano Sorriso, Franciscatti e Rafael Ueta (Marcelinho); Edmilson (Borebi) e Lopes. Técnico: Edison Só.
Ele é o cara! Tendo seu melhor momento no Palmeiras do início da década passada, o atacante Lopes chega ao Azulão buscando novo destaque no futebol nacional. O atacante estava no Juventude, rebaixado recentemente na Série B do Brasileirão
Olho nele: Buscando o brilho alcançado quando conquistou a Copa São Paulo de Juniores pelo Corinthians em 2009, o meia-atacante Marcelinho chega por empréstimo ao clube, para ganhar experiência.
Pontos Fortes: Possui jogadores velozes na meia e no ataque, o que pode ser um trunfo.
Pontos Fracos: Lopes, apesar de habilidoso, é uma incógnita, principalmente extracampo; é inexperiente na elite paulista.

Santo André
Juntando os cacos

Depois de um ótimo 2008, o Santo André vem de um rebaixamento no Brasileirão. O revés vem acompanhado da saída de dois importantes jogadores da história recente do Ramalhão: o volante Fernando e o meia Marcelinho Carioca penduraram as chuteiras. A bola dentro da diretoria é a manutenção do técnico Sérgio Soares, presente no rebaixamento, mas de história importante no clube – conquistou o acesso na Série B de 2008. No entanto, poucos reforços de destaque foram trazidos, como o atacante Branquinho – destaque do Botafogo/SP no Paulistão 2009 e que estava no Barueri – e o experiente centroavante Rodrigão, com passagens por Palmeiras e Santos.

O alento para o Ramalhão é a permanência de alguns destaques de 2009, como o goleiro Neneca e o atacante Nunes, que marcou 13 gols no último Brasileirão. Sérgio Soares tem um bom time para a disputa deste Paulistão e é forte candidato ao Título do Interior, do qual é o atual vice-campeão.

Esporte Clube Santo André
Status: Briga pelo Título do Interior
Melhor participação: 4º lugar em 2005
Como foi em 2009? 6º lugar
Como joga? Soares monta um 4-4-2 que deixa o time jogar em função de Nunes e explorando a velocidade de Branquinho e o apoio de Rômulo pela direita.
Time base: Neneca; Rômulo, Halisson, Marcel e Carlinhos; Alê, Gil, Bruno César e Branquinho; Rafael Silva e Nunes. Técnico: Sérgio Soares.
Ele é o cara! Um dos destaques do Santo André no último Campeonato Brasileiro, o atacante Nunes é goleador. Gosta de ficar entre fixo os zagueiros adversários e é eficiente na bola aérea.
Olho nele: Um dos destaques do Botinha no Paulistão de 2009, Branquinho chega ao Santo André visando novo destaque no estadual. É um jogador rápido e habilidoso, mas ainda peca na finalização de jogadas.
Pontos Fortes: Nunes sabe atuar como referência da equipe; Neneca é bom goleiro e Rômulo mostrou qualidade na ala direita.
Pontos Fracos: Falta um armador de ofício e o time perde qualidade nas jogadas de bola parada, que eram orquestradas por Marcelinho Carioca, recém aposentado do futebol.

15.1.10

Paulistão 2010 - Parte 3

Palmeiras
Título para esquecer decepção da temporada passada


O ano de 2009 começou com a promessa de muitas conquistas para o torcedor palmeirense. Porém, como se viu, a equipe decepcionou em todas as competições que disputou. Mesmo contando com o apoio milionário da Traffic, a agitação política no Parque Antarctica, sob a gestão do renomado economista porém “nervoso dirigente”
Luiz Gonzaga Belluzzo, e a troca de Luxemburgo por Muricy acabaram desestabilizando o Verdão, que deixou escapar um pentacampeonato Brasileiro praticamente ganho.

E 2010 não começou muito bem, com a confirmação da saída do artilheiro Vagner Love e a ausência de grandes contratações. O maior reforço é a manutenção da base. Muricy dessa vez terá mais tempo para organizar a equipe sob as suas preferências. Sem contar com peças de grande qualidade, o treinador vai ter que trabalhar bastante para encontrar a defesa ideal. E o ataque não é diferente, com a presença de poucos atletas. Mas a presença dos rivais São Paulo e Corinthians na Libertadores pode ajudar o Palmeiras no caminho ao título.

A base da equipe se mantém a mesma: Marcos no gol, o reforço Léo na defesa, Pierre na cabeça de área e Cleiton Xavier e Diego Souza responsáveis por municiar os atacantes. O bom atacante Robert ainda não tem a situação regularizada, o que complica ainda mais a definição do ataque, devido ao baixo número de atletas para o setor. Mais um pepino para Muricy resolver.

Sociedade Esportiva Palmeiras
Status: Quadrangular final
Melhor Participação: 22 títulos (1920, 1926, 1927, 1932, 1933, 1934, 1936, 1940, 1942, 1944, 1947, 1950, 1959, 1963, 1966, 1972, 1974, 1976, 1993, 1994, 1996 e 2008)
Como foi em 2009? 3º lugar
Como joga? Muricy gosta de armar a equipe no 3-5-2, mas a ausência de bons zagueiros deve fazê-lo optar pelo tradicional 4-4-2. Assim como na temporada passada, a responsabilidade pela criação deve ficar com o ótimo Cleiton Xavier e o craque do time Diego Souza, que deve jogar mais como atacante do que no meio de campo.
Time base: Marcos; Figueroa, Léo, Danilo e Armero; Pierre, Márcio Araújo, Cleiton Xavier, William (Deyvid Sacconi); Diego Souza e Robert.
Ele é o cara! Mudou o ano mas o craque do time continua sendo Diego Souza (Marcos é outro). O camisa 7 já mostrou que tem futebol, agora precisa mostrar mais estabilidade, já que o time depende muito de seu rendimento. Quando está bem, todo o time acompanha.
Olho nele! Léo já se mostrou um bom zagueiro, mas não chegou a apresentar o futebol que dele se esperava, com uma caída de produção. Tem nova chance de mostrar que não é mais uma eterna promessa.
Pontos Fortes: A espinha dorsal formada por Marcos, Léo, Pierre, Cleiton Xavier e Diego Souza é excelente e está bastante entrosada.
Pontos Fracos: A excessiva dependência de Diego Souza já se mostrou nociva ao clube na reta final do Brasilerão 2009. Além disso, perdeu o goleador Vagner Love e não trouxe nenhum substituto, o que deixa uma lacuna importante no ataque. O elenco possui apenas 4 atacantes de ofício - Marquinhos, Lenny, Robert e Daniel, nomes que não trazem muita esperança.

Ponte Preta
Em busca do Bi

A principal contratação da Ponte vai esquentar o banco: trata-se do técnico vice-campeão de 2008,
Sérgio Guedes. Com a difícil probabilidade de repetir a campanha de dois anos atrás e chegar à decisão, o foco mesmo da Macaca é ganhar o bi-campeonato do Título do Interior – apesar da história de quase 110 anos, trata-se do único título em um torneio de elite / 1ª divisão.

Entre os reforços para a competição, destaque para o atacante Otacílio Neto, vindo do Corinthians, que se junta ao jovem Danilo Neco e ao mais que veterano Finazzi para brigar pelas duas vagas do ataque. Também foram contratados o goleiro Eduardo Martini, os zagueiros Evaldo e Léo Oliveira e o volante Galiardo.

Ao dar uma olhada na lista de reforços, não é de se estranhar a frase do treinador Sérgio Guedes:
“Que a torcida seja a nossa maior contratação em 2010!”. E esta já começou a se mobilizar, com uma campanha para a presença de pelo menos 10 mil torcedores na estréia da equipe na competição, contra o Santo André no estádio Moisés Lucarelli. O último jogo-treino do alvinegro foi contra o Campinas teve o placar de 3-1 para os ponte-pretanos.

Associação Atlética Ponte Preta
Status: Briga pelo Título do Interior
Melhor Participação: Vice-Campeã 4 vezes (1977, 1979, 1981 e 2008)
Como foi em 2009? 9º colocado – Campeão do Interior
Como joga? Sem a chegada de muitos reforços, Sérgio Guedes tem mesclado os veteranos da equipe com alguns garotos da base que disputaram a Copa São Paulo. Nos treinos da pré-temporada, o esquema escolhido tem sido o 4-4-2. Finazzi é o homem para se aproveitar da velocidade dos meias e do parceiro de ataque, seja Danilo Neco ou o Otacílio Neto.
Time base: Eduardo Martini; Edilson, Jean, Léo Oliveira e Vicente; Deda, Galliardo, Leandrinho e Fabiano Gadelha; Danilo Neco (Otacílio Neto) e Finazzi.
Ele é o cara! Não é nenhum meia nem atacante. O destaque do time é o goleiro Eduardo Martini, que veio do Avaí com a missão de fechar o gol e passar tranqüilidade para a defesa.
Olho nele! Apesar de não ser nenhum novato, Otacílio Neto quer mostrar que ainda pode ser um destaque, depois da apagada e frustrante passagem pelo Corinthians. Rápido e bom finalizador, o canhoto pode surpreender.
Pontos Fortes: A base é a mesma da campanha do ano passado. Pela estrutura, sai na frente da maioria dos outros times do interior.
Pontos Fracos: Sérgio Guedes chegou há pouco tempo e ainda não inspira muita confiança, assim como o elenco, sem muitos destaques.

Sertãozinho
Incógnita total

Enquanto algumas equipes apostam na manutenção do elenco para garantir um bom futuro, certamente esse não é o caso da equipe grená. Do técnico aos 11 prováveis titulares para a estréia no Paulistão, todos – isso mesmo, todos – podem estrear com a camisa do Sertãozinho. Isso porque foram mais de 15 novos nomes contratados para a disputa do Paulistão 2010.

O rodado Márcio Araújo, ex-Figueirense, vai ter que observar e definir a equipe em pouco tempo de preparação. Do caminhão de reforços, vindos de todos os cantos do país, estão o goleiro Adilson (ex-Ceará), o volante Magal (ex-Vitória), e os atacantes
Mendes (ex-Juventude), Max (ex-Palmeiras) e Thiago Silvy (ex-América-RN). No total, foram mais de 15 novos nomes para a disputa do Paulistão 2010.

No primeiro acesso a primeira divisão, em 2008, o Sertãozinho conseguiu se manter com muito esforço, sendo o último a escapar da degola, fato não repetido na edição seguinte. A competição deste ano vai mostrar se o Sertãozinho vai se manter nessa gangorra de subir e descer a cada ano. Para complicar, o estádio Frederico Dalmazo não foi liberado e a equipe grená pode ter de mandar jogos longe da cidade.

Sertãozinho Futebol Clube
Status: Briga para não cair
Melhor Participação: 16º colocado (2007)
Como foi em 2009? 4º colocado da A-2
Como joga? Com tantos reforços, inclusive do treinador, é difícil saber qual será o esquema e como os atletas irão se comportar. Muitos dos reforços já são bem rodados, o que faz com que a equipe aposte menos na correria e mais no toque de bola.
Time base: Luiz Henrique; Ricardo Lopes, Pablo, Erivelton e João Paulo; Adoniram, Everton, Marcos Vinicius e Harison (Washington); Thiago Silvy e Léo Mineiro (Mendes)
Ele é o cara! O atacante Mendes chega com status de estrela. Goleador do Juventude na Série B do Brasileiro de 2009, o jogador é a aposta de gols para manter a equipe na primeira divisão. Mas Márcio Araújo ainda não vai poder contar com o artilheiro, pois ainda não teve a documentação regularizada junto a Federação.
Olho nele! Harison surgiu como uma grande promessa no São Paulo, sendo inclusive o responsável por deixar o então garoto Kaká no banco. Depois de algumas passagens por clubes menores, como Guarani e Ponte Preta, tem nova chance de mostrar seu futebol.
Pontos Fortes: A chegada de reforços experientes deve ajudar o treinador Márcio Araújo a montar a equipe.Thiago Silvy e Mendes, se bem municiados pelo meio campo, pode dar trabalho às defesas adversárias.
Pontos Fracos: O desentrosamento deve ser o maior adversário nessa reta inicial de campeonato. Outro fator que pode complicar é a possibilidade de jogar fora de seus domínios, se a equipe demorar a entregar os laudos que liberem o estádio para a Federação.

Oeste
Depois de se manter, sonho por vôos mais altos

Depois da relativa boa campanha no Paulistão de 2009, o Oeste tem o sonho de chegar à disputa pelo título do interior. O destaque do ano passado, Nei Paraíba, já não respira mais os ares de Itápolis. Porém o treinador Paulo Comelli não deve ter problemas para encontrar um substituto, considerando o número de contratações: 21.

O goleiro
Mauro, campeão brasileiro com o Santos em 2004, é o mais famoso, e deve a voz de Comelli dentro de campo. Ao contrário do Oeste, todos os reforços se juntam a uma base que já estava no clube, o que deve dar ao treinador uma boa gama de opções para decidir a equipe titular.

Isso se todos puderem jogar. Assim como muitas outras equipes, todos os reforços contratados na virada do ano ainda não têm condições de jogo. Como a CBF estava em recesso até a última segunda-feira, os dirigentes só conseguiram enviar a documentação a entidade nesta semana, e por isso ainda precisam aguardar a publicação da liberação pela CBF.

Oeste Futebol Clube
Status: Coadjuvante
Melhor Participação: 14º (2009)
Como foi em 2009? 14º colocado
Como joga? Paulo Comelli ainda não definiu qual o esquema que irá adotar. Durante a pré-temporada, testou o time no 3-5-2 e no 4-4-2, mas ainda não chegou a uma definição. O ataque é rápido e alto, favorecendo o jogo aéreo.
Time base: Mauro; Adriano, Paulo Miranda e Valtinho (Fernandes); André Luis, Cléber, Rivaldo, Alê e Mazinho (Alex Willian); Ricardo e Rafael Oliveira (Guto).
Ele é o cara! O nome é de craque, mas a posição e o futebol são bem diferentes. O volante Rivaldo, revelado pelo Santos, distribui bem o jogo e marca com precisão, e foi o destaque durante os jogos-treinos da pré-temporada.
Olho nele! O meia-atacante Mazinho é uma das apostas do time de Itápolis para o Paulistão. Rápido e driblador, pode atuar também mais recuado, como ala num esquema com três zagueiros.
Pontos Fortes: O veterano Mauro é um bom goleiro e bastante experiente, e deve ajudar não apenas embaixo das traves, mas também orientando os mais jovens. A defesa é forte e alta, e o meio de campo é bem brigador.
Pontos Fracos: O caminhão de reforços traz junto consigo o desentrosamento. Os novos atacantes não são confiáveis e o setor deve dar dor de cabeça ao treinador Comelli.


Mogi-Mirim
Repetir o sucesso do presidente

Craque dentro de campo, craque atrás da mesa. Pelo menos esse é o objetivo do presidente do Sapo, o pentacampeão Rivaldo. Para que sua equipe faça uma boa campanha, foi buscar o treinador Francisco Diá, que livrou o América-RN do rebaixamento na Série B.

Seguindo a onda das equipes interioranas, muitas contratações foram feitas. Os destaques são para o atacante
Jorge Preá, ex-Palmeiras, além dos volantes Flávio Boaventura e Ricardo Oliveira e o atacante Geovane. Se na temporada passada o maestro do time era Giovanni, que acertou sua volta ao Santos, foi trazido o meia Luis Mário, ex-Corinthians e Grêmio para o seu lugar.

Mogi-Mirim Esporte Clube
Status: Briga pelo Título do Interior
Melhor Participação: 6º colocado (1996 e 2002)
Como foi em 2009? 16º colocado
Como joga? Contusões, problemas de documentação e jogadores sem ritmo são alguns dos problemas de Francisco Diá. Durante os jogos-treinos, o esquema mais utilizado foi o 3-5-2, apostando na marcação forte com rápida saída de bola, aproveitando a velocidade dos atacantes Geovane e Nando.
Time base: Alex Alves; Leomar (Fábio Sanches), Flávio e Luizão; Niel, Ricardo Oliveira, Baraka, Luís Mario e Rai; Geovane e Nando (Preá).
Ele é o cara! O bom filho à casa torna. Eis o caso do veterano meia Luis Mário, que se destacou pelo Sapão no longínquo Paulistão de 99. Técnico e rápido, pode jogar mais adiantado se Francisco Diá preferir.
Olho nele! O jovem zagueiro Fábio Sanches foi destaque da equipe na Copa São Paulo e pode ser figura freqüente no time titular, já que a equipe tem jogado com 3 zagueiros. É uma aposta da diretoria.
Pontos Fortes: É um time relativamente jovem, o que ajuda na forte marcação e saída rápida para os contra-ataques. A mescla entre veteranos e novatos deve ser fundamental para a equipe chegar longe.
Pontos Fracos: Justamente a pouca idade também pode pesar numa competição disputada e longa como é o Paulistão. Luis Mário não tem atuado bem com regularidade, e isso pode prejudicar o Mogi.