31.3.10

O voo do Ganso

O Santos é a bola da vez do futebol brasileiro, com toda a justiça. O time das goleadas e do futebol envolvente e frenético segue ganhando mais admiradores, embora ainda ache que seja preciso um bom teste para ver a real capacidade da equipe de Dorival Júnior em se portar diante de uma decisão, em um jogo mais truncado e com ataques adversários mais letais e defesas tecnicamente mais capacitadas.

No entanto, o técnico do Santos mostra, mais uma vez, que sabe como armar uma equipe. Como o bom trabalho com o Vasco em 2009, quando fez um time com valores técnicos duvidosos dominar a Série B. De quebra, ajudou a pôr juízo na cabeça de Carlos Alberto, que mesmo após sua saída da equipe cruzmaltina, continua como o principal jogador do time.

No Santos, ele vem conseguindo montar um time repleto de garotos. Repatriou o bom Arouca, apagado no São Paulo; aproveitou o centroavante André; tenta colocar algum juízo na cabeça de Robinho, assim como já fez com Carlos Alberto; e aproveitou as maiores jóias da base santista, Neymar e Paulo Henrique Ganso. Aproveitando as características de cada um – principalmente as ofensivas – fez o Santos jogar bem e aparecer.

Na equipe, os mais badalados - muitas vezes, com exagero - são Neymar e Robinho. Duas gerações de jogadores formados no Santos e de características semelhantes – embora o jovem santista finalize melhor do que o capitão e camisa 7, quando este apareceu para o futebol brasileiro. Neymar, depois de um período apagado no Brasileiro de 2009, ressurge com boa evolução. Porém, o jogador que conseguiu melhorar ainda mais o seu futebol em campo foi Ganso, que cadencia o ritmo de jogo dessa equipe.

Paulo Henrique já é o principal e mais regular jogador do Santos desde a boa campanha do vice-campeonato Paulista de 2009, quando era contraponto a velocidade e drible fácil do então titular Madson. Jogador técnico, de passe refinado e que melhorou a finalização ao gol. Um jogador com características ímpares no futebol brasileiro e que lembra, em alguns aspectos, Kaká dos bons tempos de Milan. E o mais importante: apesar dos 20 anos, porta-se em campo como um jogador maduro, com a cabeça no lugar. Ao contrário de seu parceiro Neymar, de habilidade incomum, mas que ainda precisa trabalhar mais nesse aspecto.

Um jogador que poderia dar uma opção diferente à Seleção na Copa, por exemplo. Não de futebol força, como Josué e Júlio Baptista, por exemplo. Mas um futebol mais técnico e de precisão, perfeito para desmontar as retrancadas defesas que o time de Dunga deve enfrentar. Em 1994, um Ronaldo fez parte do elenco campeão do mundo. Já em 2002, a grande fase de Kaká fez com que o então novato estivesse na Copa da Ásia. Mesmo que não fosse primeira opção do banco, pelo que vem jogando, Ganso merecia chance para integrar o plantel de Dunga. Futebol, bom momento e cabeça para tal, o camisa 10 do Santos já mostrou.

29.3.10

Descanse em paz


Pequena homenagem da equipe do Opinião FC ao mestre do jornalismo Armando Nogueira, que tanto impulso deu ao jornalismo esportivo. Muito poderia ser escrito nesse espaço, mas seria insuficiente para mostrar todo o seu trabalho e sua importância. Fica, então, apenas o adeus e o agradecimento por ter nos livrados de tantos obstáculos.

Abaixo algumas de suas célebres frases, imortais.

"Gol de letra é injúria; gol contra é incesto; gol de bico é estupro."

"No futebol, matar a bola é um ato de amor. Se a bola não quica, mau-caráter indica."

"Pelé é tão perfeito que se não tivesse nascido gente, teria nascido bola."

"A tabelinha de Pelé e Tostão confirma a existência de Deus."

"Deus é esférico."

"Se a bola soubesse o encanto que tem, não passaria a vida rolando de pé em pé."

"Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto! Eras um só, Nílton Santos."

"A tabelinha é o triângulo amoroso do futebol."

"No futebol, matar a bola é um ato de amor."

"Heróis são reféns da glória. Vivem sufocados pela tirania da alta performance."

"O calendário do futebol brasileiro não é gregoriano nem juliano, é cartoliano."

"Para Mané Garrincha, o espaço de um pequeno guardanapo era um enorme latifúndio."

"Perder não é nada, duro é não se achar."

26.3.10

Ronaldo errou, mas não há crise. Ainda!

Clima de paz e amor realmente não combina com as tradições do clube mais popular do Estado, o Corinthians. Depois de aceitar passivamente a campanha "sem sal" no último Brasileirão, quando já tinha a vaga na Libertadores assegurada pelo título da Copa do Brasil, os torcedores começaram a reclamar.

E com razão. Mesmo a boa performance na competição continental tem sido insuficiente diante de tão fracas exibições, ainda mais contando com um elenco numeroso e de qualidade (mão não tão bom quanto propalado). O ápice deste momento veio na última derrota frente ao Paulista, quando Ronaldo foi xingado e acabou fazendo um gesto obsceno para alguns torcedores.

Na minha opinião, Ronaldo vem "enganando" desde o dia 1 de julho de 2009, dia da conquista da Copa do Brasil. De lá para cá, parou de fazer gols e voltou a ganhar peso. Está totalmente fora de forma. Mas como ele sabe que é craque, e que faz o time ganhar milhões, não está muito preocupado. Aposta suas fichas na Libertadores. O clube é refém do atacante.

É normal um relaxamento, mas o que aconteceu no Parque São JOrge foi exarcebado. A culpa deve ser dividida entre todos: atletas, Mano Menezes e diretoria. Soma-se a tudo isso a imensa pressão para a inédita conquista da Libertadores, e no ano do centenário, como se fosse preciso ainda mais tensão.

Ronaldo foi o primeiro a dar uma resposta. Infelizmente o torcedor mistura o profissional com o pessoal e acaba apelando nos xingamentos, mas os atletas estão acostumados e, por isso, acho que o Ronaldo poderia ter deixado passar. Mas ainda não é o fim do mundo. Mesmo uma derrota para o rival São Paulo e uma hipotética eliminação no Paulista não vão transformar o ambiente num inferno, já que o foco é a Libertadores.

Mas a queda nessa competição e o consequente fim do sonho da Fiel traria, sem sombra de dúvida, o caos ao Timão. A torcida não irá perdoar, não importando se o jogador é o maior goleador das Copas, Ronaldo. Edílson, em 2000, e Tevez em 2006, os melhores jogadores de então, já provaram a ira do bando de loucos, como os próprios torcedores se chamam. É esperar pra ver.

23.3.10

Depois de Diós, o Messias?

Imprensa do planeta bola exalta "partida maradoniana" de Messi. (Fotomontagem: Globoesporte.com)

“Já não tenho mais adjetivos para Messi”. A frase proferida pelo técnico do Barcelona, Pep Guardiola, parece resumir com mais exatidão os adjetivos para tentar explicar o brilhante futebol que o argentino vem mostrando no Barcelona, em um mar de declarações que vão da grande admiração ao êxtase irracional – como o presidente do Barcelona, Joan Laporta, que afirmou que o atual camisa 10 do time catalão é o maior de todos os tempos. Nos últimos seis jogos (incluindo um amistoso da Argentina), 11 gols. Três hat-tricks somente nos três primeiros meses de 2010.

O craque argentino vai pavimentando sua história no futebol mundial. Já é mais importante do que Ronaldinho na história do Barça, que com a mesma magia da camisa 10, teve menos tempo de auge futebolístico que Messi (como mostra levantamento de Dassler Marques para o Terra). As comparações com Diego Maradona acabam sendo inevitáveis. Se Messi efetivamente alcançar El Pibe no futebol, teremos um “Maradona com cérebro”: ou seja, um Messi jogando em alto nível, por muito mais tempo, sem as confusões que marcaram a carreira de Dieguito.

Após o show contra o Zaragoza e com o Barcelona caminhando para dominar a Europa mais uma vez, o maior desafio de Messi em 2010 será erguer a Argentina do ostracismo futebolístico de 24 anos e trazer a taça da Copa para os hermanos. Assim como fez Maradona em 1986, quando levou uma Argentina desacreditada e que se classificou ao Mundial no sufoco a um título de um time composto por um craque e dez operários. As semelhanças, para quem é supersticioso, estão evidentes. Uma Copa capitaneada por atuações desse nível seria o suprassumo do futebol para Messi, que completará 23 anos na África do Sul. Em 1986, Maradona tinha 25. O conservador Billardo, técnico da equipe que deu liberdade para Maradona atuar naquela Copa, é a voz da consciência do agora técnico albiceleste. Depois de Diós, pode estar surgindo um Messias, em um trocadilho infame.

Os 34 gols na temporada (25 em 24 jogos apenas em La Liga) e nove assistências mostram que Messi pode superar a temporada 2008/09, quando foi aclamado como o melhor do mundo numa quase e justa unanimidade. Como disse o jornalista Leonardo Bertozzi após (outro) show de Messi contra o Stuttgart na transmissão da rádio Eldorado/ESPN, na última semana: “Estamos vendo a história sendo escrita”.

Sempre lembramos e exaltamos futebolistas do passado, como Pelé, Garrincha, Maradona, Cruyff, Platini, Puskas, entre outros, que a esmagadora maioria dos amantes do futebol só acompanhou em VTs e relatos – apaixonados e ponderados. Estamos vendo Messi escrever algumas das mais belas páginas do futebol do século XXI, como fez Zidane na reta final de sua carreira, por exemplo. E PVC, no Linha de Passe da ESPN, crava: "Se Messi for mal na Copa do Mundo, pior pra Copa do Mundo". Que está carente de craques, principalmente com o paupérrimo futebol de 2006.

21.3.10

Uma questão de evolução

Depois de mais uma difícil vitória do Cruzeiro contra o América-TO pelo Campeonato Mineiro no último sábado, o treinador Adilson Batista admitiu a dificuldade em incentivar seus atletas para a disputa do Estadual, tendo em vista que a equipe disputa a Taça Libertadores ao mesmo tempo. É um dos argumentos daqueles que defendem o fim dos Estaduais. É uma questão polêmica.

O jornalista Juca Kfouri é um dos mais ardorosos defensores dessa idéia, propondo em seu lugar torneios interestaduais, como os extintos Torneio Rio-São Paulo e a Copa Sul-Minas. Mas são muitos que defendem a tradição dos estaduais, dizendo que os pequenos têm a oportunidade de aparecer na TV, jogar contra os grandes e atrair mais receita, estar na vitrine etc.

O fato é, pelo menos na minha opinião, que apenas o Paulistão apresenta alguma dificuldade para os grandes. Nos demais regionais, a diferença é muito grande. Além disso, em estados em que há apenas dois grandes, como em Minas e Rio Grande do Sul, só há um clássico. O torneio inteiro consiste em duelos entre os gigantes e os nanicos. Só para se ter uma ideia, de 1940 até hoje, apenas em três edições Grêmio ou Internacional não ficaram com o título do Gauchão.

Só por esse motivo já seria difícil empolgar os atletas. A disputa simultânea de competições maiores, como a Libertadores, maximiza o problema. Adilson Batista, ex-jogador, comenta a situação. "Estamos há três anos jogando Libertadores e, queira ou não, a motivação é diferente. Humanamente, é normal. Já vivenciei isso como atleta, estou falando por experiência", afirmou.

Sei que cada país tem as suas peculiaridades, mas nao conheço nenhum que tenha campeonatos estaduais como aqui no Brasil. Seja para ajustar o nosso calendário ao europeu, seja para dar mais descanso e proporcionar uma melhor pré-temporada às equipes, acredito que alguma coisa deveria ser mudada.

Mesmo a empolgação da torcida já não é mais a mesma. Claro que o fanático colorado jamais irá aceitar uma derrota para o rival tricolor, o mesmo para o torcedor do Vasco em relação ao Flamengo. Mas cada vez mais o torcedor deixa de ficar bravo por uma derrota no Estadual quando seu time disputa outra competição mais nobre. Foi-se o tempo que era melhor bater o rival do que levantar a Copa do Brasil.

19.3.10

Agora quem dá a bola é o Santos

É de encher os olhos. De deixar o torcedor boquiaberto, extasiado, empolgado. O Santos, hoje, agrada qualquer amante do esporte. A alegria com que os atletas têm entrado em campo e partido atrás da bola surpreende torcida e adversários. Em meio a um futebol mecanizado, com jogadas muito quadradas, jogos decididos em bolas paradas e times muito defensivos, a equipe da baixada ressurge no cenário nacional brilhando nas quatro linhas.

Neymar, que no ano passado foi taxado de “promessa que não vingou” ou “Quase Novo Robinho”, demonstra mais maturidade nesta temporada. A expulsão diante do Palmeiras não diminui em nada o mérito que o jogador vem alcançando este ano com a pelota nos pés. Lógico que a habilidade dele é comparável com a de Robinho. Porém, assim como Kaká, que foi comparado a Raí no início de carreira e Ronaldo que foi comparado a Pelé, aos poucos ele criará identidade própria, se tornará referência e daqui uns anos irá aparecer um “Novo Neymar”...é natural!

André é outra peça importante. Um atacante jovem, matador e rápido. Fez a torcida esquecer Kléber Pereira rapidinho. Tem tudo para crescer e chegar a seleção, visto que a maioria dos centroavantes de peso beiram os 30 anos de idade.

Dorival Júnior tem nas mãos a chance de fazer o mesmo que Leão fez em 2002. Transformar uma equipe desacreditada de meninos em campões nacionais. Isso sem falar nos jogadores considerados “refugos”, que acabaram encontrando o futebol no peixe. Quem apostaria em Marquinhos antes do Paulistão? E em Arouca, que saiu de fininho do São Paulo? É inegável a qualidade de Robinho, mas todos sabem que ele veio da Europa após amargar péssimos momentos por lá.

Uma das marcas deste time são as comemorações de gol ensaiadas

É na ginga e no ritmo das comemorações de gols que o time embala as vitórias no Paulista e Copa do Brasil. Seria um páreo duro se estivesse na Libertadores e, se a base for mantida, deve ser candidato às primeiras posições do Brasileirão.

O Santos se encontrou! Mesmo sendo torcedor rival, tenho prazer em assistir os jogos do alvinegro praiano. Me encanto com um toque de letra de Robinho, um chapéu do Neymar ou com um gol oportunista do André. Futebol é eficiência e jogado com alegria e habilidade se torna um espetáculo!!

18.3.10

O que acontece em Stamford Bridge?

Terry escorrega, perde o pênalti e deixa escapar o sonhado título

Tristeza. Decepção. Desespero. Alguns dos sentimentos que devem estar consumindo o bilionário russo Roman Abramovich, dono do Chelsea, após a eliminação nas oitavas de final da Champions League frente ao time de Mourinho, ex-técnico dos Blues.

Desde a temporada de 2003/04, a equipe vem batendo na trave, ficando no quase. Daquela temporada até a atual, o time de Abramovich sempre chegou pelo menos até as semifinais, com exceção da temporada de 2005/06, quando caiu também nas oitavas para o futuro campeão Barcelona - foi eliminado na semifinal em 03/04, 04/05, 06/07 e 08/09, e perdeu a decisão de 2007/08.

O que não deixa de mostrar a espantosa regularidade e força do Chelsea. Mas insuficiente para o russo, que coloca milhões de euros à disposição dos treinadores. Não sei dizer o que tem faltado. Mas certamente não é dinheiro. Antes, poderia se dizer que havia grandes jogadores mas não um time. Hoje não. Carlo Ancelotti tem um excelente elenco, com jogadores de qualidade em todas as posições. Talvez a única desculpa sejam os constantes problemas de desfalque na defesa.

Abramovich já nao tem mais paciência. Segundo o tablóide Daily Mail, o magnata questionou o comportamento de alguns atletas e criticou: "São bons jogadores? Ou atletas bem pagos?". Não sei até onde vai o seu poder na formação do elenco, mas acredito que seja muito grande. O que, então, faz dessa declaração quase que uma auto-crítica. Uma lista de reforços já está sendo publicada pelos jornais ingleses.

Vejo a situação do Chelsea muito parecida com a do Corinthians, em relação a Libertadores. É uma obsessão, e isso acaba contaminando comissão técnica e atletas, pressionando-os ainda mais. O mandatário do Timão, Andrés Sanches, diz que é uma questão de tempo, de estar jogando sempre a competição, para a conquista acontecer. Pode ser que sim. Mas, como tem mostrado o Chelsea, pode ser que não.

15.3.10

Elefantes enfraquecidos

Hiddink oficializa seu acerto com a Turquia e frustra Costa do Marfim

O anúncio do acerto de Guus Hiddink com a Turquia – que não disputará a Copa de 2010 – mina em muito as chances da Costa do Marfim em realizar uma boa Copa e avançar às oitavas. Os cartolas marfinenses, que vinham negociando com o holandês – semifinalista em 1998 (Holanda) e em 2002 (Coreia do Sul), além do bom trabalho com a zebra Austrália, em 2006 – devem estar muito frustrados com a não-concretização das negociações, já que Hiddink era o nome perfeito para assumir os Elefantes, há pouco mais de três meses para a Copa.

Vahid Halihodzic, técnico da equipe desde maio de 2008, foi demitido pelo mau resultado na Copa Africana de Nações de 2010, onde os favoritos marfinenses caíram nas quartas diante da Argélia. O episódio acirrou as diferenças (dentro e extra-campo) entre o bósnio e os cartolas africanos, que não hesitaram em demití-lo do comando da equipe em fevereiro deste ano, prejudicando as aspirações da equipe na Copa.

Hiddink, que volta ao futebol turco após 20 anos, quando dirigiu o Fenerbahçe em 1990, trabalhou há pouco tempo com duas das principais estrelas da equipe, quando assumiu um turbulento Chelsea: os atacantes Didier Drogba e Salomon Kalou. Com o pouco tempo de trabalho como “tampão” dos Blues – ficou um ano à frente da equipe londrina, acumulando também o cargo de técnico da Rússia – conseguiu domar os egos e quase levou os ingleses à final da Champions, na qual foi eliminada nos últimos minutos pelo Barcelona. Ainda levou uma Copa da Inglaterra, além do vice na Premier League. Por isso, ter dois jogadores de confiança no elenco seria primordial para amenizar a falta de tempo hábil para a reta final da preparação visando o Mundial da África do Sul.

Em sua coluna no site do jornal holandês De Telegraaf, Hiddink explicou os motivos da sua escolha: o desejo da Turquia em sediar a Eurocopa 2016. “Para ser honesto, poucas vezes vi um projeto tão forte. Com seis anos de antecedência, tudo está garantido. O governo já tem 900 milhões de euros já destinados para o projeto. Os aeroportos estão lá, os hotéis são regulamentados, os locais escolhidos e muito mais”, explicou. Foi ventilado que Hiddink pudesse comandar os africanos somente durante a Copa, mas o técnico achou que tal fato prejudicaria seu início de trabalho com os turcos, visando as Eliminatórias da Euro 2012, após a frustração de não participar da Copa de 2010.

Sem nomes de peso ou experientes para assumir a Costa do Marfim, o time – que no papel tem uma equipe tão boa quanto Portugal – entra em grande desvantagem diante dos Lusos para uma segunda vaga no Grupo G, do qual o Brasil é amplo favorito a ser o primeiro colocado e a Coreia do Norte, o saco de pancadas. Portugal, que quase não chegou ao Mundial, chega com moral maior, após conseguir a vaga diante da Bósnia. Mesmo com Drogba e Cristiano Ronaldo em momentos equivalentes de bom futebol, Portugal vai chegar mais coesa e entrosada, já que o futuro novo técnico dos marfinenses - cogita-se o francês Phillip Troussier - terá apenas dois amistosos oficiais para conhecer o time na prática: Paraguai (28 de maio) e Japão (04 de junho). Costa do Marfim estreia no torneio diante dos portugueses, no dia 15 de junho.

Com todo esse imbróglio, quem pode (e deve) tirar vantagem do enfraquecimento da Costa do Marfim é o Brasil, que deve ter sua vida facilitada na fase inicial da Copa.

13.3.10

Amistosos desnecessários

CT do Caju, do Atlético-PR, escolhido pela CBF para concentrar a seleção

A Confederação Brasileira de Futebol divulgou no começo dessa semana a programação da seleção para a Copa da África do Sul. Segundo a entidade, a convocação será feita na primeira quinzena de maio, e no dia 22 do mesmo mês os jogadores se apresentam em Curitiba, quartel-general do escrete canarinho no país, até a ida para o continente africano no dia 26.

Ainda segundo a CBF, estão programados dois amistosos até a estreia no dia 15 de junho, contra a Coréia do Norte. Na minha opinião, desnecessários. Claro que é sempre bom treinar a equipe em condições similares a um jogo. Mas com a proximidade da estreia, não acredito que serão de muita valia.

Os atletas, logicamente, não irão jogar com o mesmo ímpeto e vontade - e nem devem, para evitar qualquer tipo de lesão. A lembrança da favorita França da Copa do Japão e da Coréia do Sul de 2002 sempre é evocada, quando o craque Zidane se machucou nesses amistosos pré-Copa e só pôde jogar o terceiro e derradeiro duelo dos franceses na competição, e ainda sim sem estar 100% fisicamente. O resultado: eliminação e decepção.

Dunga já tem a equipe definida, bem como o modo de jogar. Sendo assim, os treinos comuns já seriam suficientes. No máximo, algum jogo-treino com equipes locais mesmo, só para dar uma mexida nos atletas, e não deixar a rotina e tédio da concentração tomar conta dos jogadores. Por que correr riscos com amistosos que não iriam acrescentar nada, tão perto da estreia? Não vale o risco.

10.3.10

Dezesseis títulos fora da Champions

Casillas lamenta gol do Lyon: goleiro esteve presente em todas as seis eliminações precoces do Real Madrid

Pela sexta temporada consecutiva, o Real Madrid cai, precocemente, nas oitavas-de-final da Champions League. Maior vencedor da competição, com nove títulos e três vices, a queda diante do Lyon parece mais dolorosa, já que no papel e em campo este Real Madrid comandado por Manuel Pellegrini era o mais equilibrado, entre defesa e ataque, dos últimos anos. E vinha em momento favorável.

Após a fantástica vitória de virada sobre o bom time do Sevilla, no último sábado, pelo Campeonato Espanhol, dava mostras que mesmo que o Real sofresse um revés dos franceses no início da partida, teria poder de reação para reverter o 1-0 sofrido fora de casa, no Estádio Gerland. Com Cristiano Ronaldo abrindo o placar logo no início da partida, parecia natural que o Real fizesse valer sua melhor técnica, assim como aconteceu na partida contra o Sevilla. Além dos gols perdidos no primeiro tempo, faltou mais agudez para Kaká, que ainda não é sombra do eficiente protagonista dos tempos de Milan. O gol de Pjanic faltando 15 minutos para o fim da partida - que, àquela altura, iria para a prorrogação – transformou o técnico time merengue em um bando desesperado em campo e o peso do favoritismo e as eliminações anteriores entraram em campo, sacramentando a eliminação.

Mesmo com um time bem organizado, o Lyon não é mais a boa equipe de anos anteriores, quando dominava a França. E a precoce e inesperada eliminação pode prejudicar o Real na continuidade do Campeonato Espanhol – que se tornou um mero prêmio de consolação à equipe em 2010. O galáctico time de 260 milhões de euros - investimento feito em 2009/10 principalmente para vencer esta Champions, que terá a grande final no Estádio Santiago Bernabéu - pode ver o grande rival Barcelona jogar (e vencer) o maior torneio de clubes do mundo em sua própria casa.

Já o Milan mostrou na goleada sofrida frente ao Manchester United o quanto é limitado tecnicamente. Após perder a partida de ida em casa, todos esperavam que Leonardo – mesmo sem poder contar com o decisivo Pato – fosse armar um time mais equilibrado e ofensivo. Apesar de entrar com três atacantes, em teoria – Ronaldinho pela esquerda e os pesados Huntelaar e Borriello -, a equipe de Leonardo perdeu o meio campo para o aplicado Manchester, comandado por um fantástico Rooney (16 gols nos últimos 11 jogos) e uma meia cancha operária, versátiil e veloz. Sem um jogador técnico para armar as jogadas aos atacantes – Ronaldinho não consegue desenvolver a função – o Milan viu o adversário triturar sua velha e lenta defesa, que tem apenas Thiago Silva como expoente positivo.

Sem jogadas pelas alas e com um Ronaldinho pouco inspirado – além de Seedorf e Beckham no banco – o Milan não ofereceu resistência, provando que uma renovação muito mais profunda é necessária ao time comandado por Leonardo. Goleiro, laterais, zagueiros e volantes deveriam ser prioridade no rossonero. A equipe de 11 finais e sete títulos conquistados na Champions – que já havia ficado de fora da edição 2008/09 – deu vexame. Tão grande quanto o do Real.

O revés do Milan põe em xeque a participação dos clubes italianos no futuro da Champions, que tem a Inter como último bastião para aspirar a algo – a Fiorentina caiu de pé, ante um Bayern com um inspiradíssimo Robben, que teria vaga fácil no Real Madrid que deixou no início da temporada. Quem torce por um revés dos interistas frente ao Chelsea são os clubes alemães, que podem herdar dos italianos mais uma vaga para o torneio continental, de acordo com os coeficietes elaborados pela UEFA. E analisando as disputas das últimas temporadas no Calcio e da Bundesliga, não seria nenhum absurdo tal troca.

8.3.10

Deixando de ser grande


Todos sabem que os quatro grandes do estado de São Paulo são, pela ordem alfabética, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. São grandes pela rica história de títulos, pela estrutura, jogadores, torcidas e etc. Mas já faz um tempo que o Verdão vem fazendo uma força danada para deixar o seleto clube.

Desde a conquista da Taça Libertadores da América, no já distante ano de 1999, o alviverde não tem dado muitas alegrias ao seu torcedor. Considerando todos os títulos, temos os extintos Torneio Rio-São Paulo e a Copa dos Campeões, em 2000, e o Paulista de 2008 - Campeontato Brasileiro da Segunda divisão (2003) conta?

O maior rival, o Timão, tem uma lista respeitável: Campeão Mundial em 2000, Campeão Brasileiro em 2005, Copa do Brasil em 2002 e 2009, Torneio Rio-São Paulo de 2002 e Paulista nos anos de 2001, 2003 e 2009, além do Brasileiro da Segunda divisão de 2008*.

O Santos, com a chegada da geração de Robinho, voltou a papar títulos: Campeão Brasileiro em 2002 e 2004, Paulista em 2006 e 2007 e, se título da Segunda divisão conta, poderia colocar o vice da Libertadores em 2003.

Por fim, o São Paulo: Campeão Mundial e da Libertadores em 2005, Campeão Brasileiro no triênio de 2006 a 2008, Paulista em 2000, 2002 (Supercampeonato, na verdade) e 2005, Torneio Rio São-Paulo em 2001.

O que acontece com a equipe do Palestra Itália? Desde o fim da vitoriosa parceria com a Parmalat, o Verdão não consegue voltar a brilhar. Mais do que o trabalho em campo, o que tem minado o time são as intermináveis brigas internas pelo poder. A chegada do economista Belluzzo foi vista por muitos como o ponto de mudança, de guinada. Mas infelizmente a expectativa não tem sido correspondida. Atualmente, o Palmeiras é o único dos grandes que conta com uma parceira mas, ironicamente, é o que tem o pior elenco, o que se reflete no desempenho no Paulista.

O ambiente é tão pesado e negativo, dentro e fora do campo, que lembra muito a situação vivida pelo rival Corinthians no ano de 2007*, depois do fim da polêmica parceira com a MSI, que culminou no rebaixamento do Brasileiro. Pelo andar da carruagem, a equipe irá apenas fazer figuração no Paulista e na Copa do Brasil. Para o Brasileirão, porém, é preciso abrir os olhos. Jogando assim, não é nenhum absurdo temer pela Segundona outra vez.

O ídolo e torcedor Marcos é o que mais sofre com a seca de conquistas

* Corrigido após aviso do leitor Nicolau

6.3.10

Aposta de alto risco

Adriano, durante treino do Flamengo: cena rara no clube desde 23 de fevereiro

Quando voltou ao Brasil, liberado pela Inter, o atacante Adriano era uma grande incógnita no Flamengo. Com todo o tipo de regalia, o rubro-negro o acolheu e o Imperador foi peça fundamental – ao lado de Petkovic – para que o Flamengo voltasse a conquistar um título Brasileiro. Adriano parecia feliz no Brasil e tudo levava a crer que seu lado emocional tivesse se estabilizado com os mimos que só o Rio de Janeiro podia lhe oferecer.

Em alta e de volta à Seleção, Adriano mostrou que ainda é um jogador instável emocionalmente, do mesmo jeito que estava quando retornou de Milão. Não cabe a este texto entrar nos motivos do sumiço do jogador dos treinos do Flamengo, onde não treina desde 23 de fevereiro. A revelação de “afastamento por problemas pessoais” mostra que levá-lo à Copa do Mundo, período de confinamento e de foco exclusivo no torneio, não é recomendável. Qualquer acontecimento que o envolvesse durante o período de concentração do Brasil poderia tomar proporções bem maiores e consequentemente, balançar o elenco de Dunga.

Adriano é imprescindível no Flamengo, sem sombra de dúvidas. Porém, no Brasil de Dunga, ele é apenas mais uma opção, já que não está com moral e futebol para desbancar Luís Fabiano e nas oportunidades em que esteve em campo, não produziu nada de extraordinário que justificasse sua convocação – vide sua participação no último amistoso, diante da Irlanda.

Dunga, que enfatiza em todas as entrevistas ser praticante da coerência na Seleção, deveria usá-la neste caso para escolher outro atacante para o elenco final. Até porque, o Brasil tem diversas opções para o setor (alguns deles, na enquete à direita da página). Se seguirmos a linha de raciocínio de Dunga de deixar Ronaldinho fora das convocações por falta de foco – que parece não existir, dado o crescimento de suas apresentações em 2010 – Adriano teria mais “culpa no cartório” do que o meia do Milan.

4.3.10

Favorito balançado

Caso Terry foi o maior desafio de Capello à frente da Inglaterra. Mais do que reconstruir uma equipe sem identidade, após ficar fora da Euro 2008

Nos últimos amistosos entre seleções – para a maioria, o último antes das convocações finais para a Copa do Mundo – mais do mesmo: Espanha, Brasil, Inglaterra e Holanda mantendo sua regularidade e rotina de vitórias, Argentina arrancando uma suada vitória, Alemanha e Itália jogando para o gasto, enquanto a França era derrotada e novamente, mal dirigida. Mas gostaria de atentar uma seleção em específico, que teve seu quadro mudado desde o final das Eliminatórias para a Copa: a Inglaterra.

Dentro de campo, uma boa vitória sobre a organizada seleção do Egito – que daria mais competitividade ao Mundial, caso estivesse qualificada -, com destaques para os coadjuvantes Crouch e Wright-Philips. A mudança, no caso do English Team, é de fora para dentro: os escândalos recentes envolvendo atletas da equipe deram uma balançada na base do time, falando como elenco de futebol.

No caso entre Terry e Bridge, os desdobramentos fora de campo – principalmente nos sensacionalistas tablóides britânicos – respingaram dentro da Inglaterra de Fabio Capello. Bridge, que mesmo não sendo titular da lateral esquerda, era presença constante nas convocações, não deverá voltar ao time, conforme decisão dele mesmo. Já Terry, perdeu a tarja de capitão, e com certeza, um pouco de prestígio junto a vários companheiros. Mais do que na cultura do futebol brasileiro, o capitão de uma equipe de futebol representa uma figura diferente na moralista sociedade inglesa: realmente, é escolhido aquele que possui compostura, imposição, liderança e identificação. Por isso, a troca do capitão foi traumática, por tudo o que Terry representava (e ainda representa) no futebol inglês. Ferdinand é um bom líder em campo (leia post do blog Papo de Craque sobre o tema), mas o zagueiro do Chelsea, além de atravessar o auge físico e técnico de sua carreira, é um capitão nato há muito mais tempo.

Já o caso de Ashley Cole, embora menos explorado pela imprensa, também pode afetar a equipe. Sua ex-mulher, Cheryl Cole, pediu o divórcio após descobrir uma traição do lateral do Chelsea durante excursão do time aos Estados Unidos, na pré-temporada de 2009/10. Abalado pelo fato, Cole cogitou em entrevista mudar-se da Inglaterra. Além do mais, ele atualmente se recupera de contusão no tornozelo e pode não estar em sua forma ideal na preparação para a Copa. Como dito, seu substituto, Bridge, não joga mais pela Inglaterra. Na partida contra o Egito, Leighton Baines, do Everton, estreou na equipe, o que mostra a inexperiência do jogador dos Toffees.

Para completar o cenário desfavorável, foi convocado para a partida contra os egípcios o zagueiro Ryan Shawcross, responsável pela fratura de Aaron Ramsey, no último sábado em partida entre o Arsenal e o Stoke City. Mesmo com a convocação pré-decidida antes da fatalidade, Capello poderia ter poupado o ainda abalado Shawcross - e tirar outro holofote desnecessário à Inglaterra.

Numa das primeiras entrevistas francas do treinador pós-troca de capitão, o italiano enfatizou que a cultura de ostentação e riqueza do futebol favorece o que ele denominou de “cultura da irresponsabilidade”. Mas o que mais me chamou a atenção nessa entrevista dele ao site do The Times é que Capello enfatizou muito o “espírito de grupo”. "Temos que recriar o espírito de grupo e nos focarmos mais nos treinamentos. Quero falar sobre o desempenho. Quero falar sobre o estilo que jogamos, somente sobre o que realmente acontecer dentro de campo, não fora dele", disse o técnico, afirmando estar farto de explicar as manchetes humilhantes envolvendo seus atletas.

De temperamento forte, Capello terá de mostrar todo o pulso firme que lhe é característico para focar o bom time da Inglaterra nos eixos novamente. E o treinador mostrou mais uma vez o valor de seu trabalho, ao levar uma seleção em frangalhos, em janeiro de 2008, quando a equipe estava fora da Eurocopa, a uma classificação incontestável para o Mundial da África do Sul. - foram 15 vitórias em 21 partidas à frente da equipe. Analisando friamente, Espanha, Brasil e Inglaterra estão praticando o futebol de maior regularidade e chegam como as principais forças desta Copa. Resta saber até que ponto o extra-campo vai influir no English Team no campo de jogo.

2.3.10

Talento não é tudo

Mathias Vidangossy: 22 anos e a incerteza no prosseguimento na carreira do talentoso meia chileno

O Chile está na Copa do Mundo de 2010, após 12 anos de ausência, quando a geração comandada pela dupla de ataque Salas e Zamorano parou diante do Brasil, nas oitavas de final da Copa do Mundo da França, em 1998. Na África do Sul, está no grupo H, ao lado de Espanha, Honduras e Suíça e é a favorita para pegar a segunda vaga do grupo – que vai cruzar com o vencedor do grupo do Brasil.

Parte desse bom elenco de La Roja é composto por jogadores que brilharam no Mundial Sub-20 de 2007, disputado no Canadá - onde o Chile foi 3º colocado, sua melhor colocação em torneios internacionais da história. Jogadores como o volante Arturo Vidal, do Bayer Leverkusen e os defensores Alexis Sanchez e Maurício Isla, ambos da Udinese, são presenças mais constantes na equipe comandada por Marcelo Bielsa. Um dos destaques chilenos daquele Mundial, porém, não vai sentir o gosto de disputar sua primeira Copa - provavelmente o maior talento daquele elenco, em termos técnicos: o meia Mathias Vidangossy, 22 anos, atualmente sem clube. O talento dele era comparável ao de Valdívia, que fez muito sucesso no Palmeiras e atualmente se esconde entre os petrodólares do fraco futebol árabe.

Após a boa aparição em gramados canadenses, Vidangossy foi rapidamente vendido ao Villarreal, mas não pôde atuar na equipe comandada pelo então treinador chileno Manuel Pellegrini - atualmente no Real Madrid - pela falta de passaporte europeu. Repassado ao Almería, pouco jogou e acabou retornando ao futebol chileno, onde poderia recomeçar a carreira no Audax Italiano, que disputaria a Copa Libertadores de 2008. Também não conseguiu ser aproveitado e desde então, sua carreira caiu vertiginosamente. Foi dispensado dos também chilenos Everton e Deportivo Ñublense pelo mesmo motivo: indisciplina e faltas consecutivas nos treinamentos. "Vidangol" decidiu dar um tempo no futebol em setembro de 2009.

A nova chance de dar a volta por cima veio com uma proposta do Ceará na metade deste mês de fevereiro, recém promovido à Série A do Brasileirão. Chegou a ser veiculado pela imprensa o acerto entre o meia chileno e o Vovô, mas devido a uma série de exigências - entre elas um carro zero quilômetro importado, com motorista particular e passagens aéreas a cada dois meses para Santiago para ele e a família, de acordo com o portal Verdes Mares. Ou seja, na prática, não queria outra chance, ainda mais de aparecer jogando a 1º divisão de um dos campeonatos mais competitivos do mundo na atualidade.

Talento não é tudo. Quando não se é bem orientado, seja por família, empresário ou mesmo pelo clube, não há habilidade que resista. No caso do atacante Adriano - citando um caso semelhante - ele voltou ao Brasil e cheio de minos, foi um dos destaques do último Brasileirão. Resta saber se o Imperador está preparado para voltar à Europa e seguir em frente. No caso de Vidangossy, tudo é incerto. Realmente, uma pena, já que jogadores com as características como as dele estão em falta no mercado brasileiro, por exemplo.