3.4.14

Trio de Ferro enferrujado

Famoso por ser considerado o torneio estadual que apresenta maior equilíbrio, mais uma vez o Campeonato Paulista não terá representantes da Capital na grande finalíssima. Ao contrário, porém, do que ocorrera em situações anteriores, isso se deve mais por demérito de corintianos, são-paulinos e palmeirenses do que por competência dos interioranos.

Não. O intuito do texto não é desmerecer as belas campanhas de Ituano, Penapolense ou Botafogo, mas sim deflagrar as deficiências do chamado “Trio-de-Ferro” paulista as vésperas do início do Brasileirão. 

Aliás, convenhamos, foi-se o tempo em que o interior revelava nomes que apareceriam na seleção, como o zagueiro tetracampeão Márcio Santos (ex-Novorizontino), o recém aposentado pentacampeão Rivaldo (ex-Mogi Mirim) ou até mesmo o armador Juninho Paulista, atualmente Gerente de Futebol do próprio Ituano, clube que o revelou. 

Corinthians
Faltou conjunto

A chegada de Mano Menezes e a reformulação abrupta no esquema tático alvinegro foram as desculpas utilizadas para explicar o fraco desempenho no início da competição que culminou com derrotas para São Bernardo e Bragantino no Pacaembu, além do vexame sofrido frente ao Santos por 5 a 1. Nem a pequena arrancada ao final do torneio foi suficiente para classificar o Timão entre os oito melhores da competição.

Campanha: 15J-7V-3E-5D-24GP-19GC 

Maior Destaque: Jadson. Mudou a “cara” do time, depois de sua chegada.

Melhor Aposta: Luciano. Jovem revelação, mostrou estrela e marcou 4 gols na reta final da competição.

Maior Decepção: Guerrero. Viveu uma "seca" de gols e foi para banco de reservas.

São Paulo 
Faltou vontade 

Imbatível em casa e presa fácil atuando fora de seus domínios, o time do Morumbi alternou entre bons e maus momentos. Com um elenco limitado, Muricy Ramalho não conseguiu dar constância ao time que, quando bem marcado, pouco agride. Talvez a eliminação frente ao Penapolense fosse menos sentida pelos são-paulinos se eles vissem o time, ao menos, empenhar-se em sair da marcação rival. Só que não.

Campanha: 16J-8V-4E-4D-28GP-15GC

Maior Destaque: Alvaro Pereira. Compensa a limitação técnica com a força e a garra uruguaia.

Melhor Aposta: Oswaldo. Apesar das desconfianças, cavou seu lugar na equipe titular.

Maior Decepção: Luís Ricardo. Chegou para ser titular, mas não convenceu.

Palmeiras
Faltou tranquilidade 

Alan Kardec: Gols e pedidos de
convocação para a Seleção
Até a 14ª rodada, o Verdão estava invicto e era o detentor da melhor campanha no torneio. Apesar de ter sido derrotado para o Santos num jogo muito equilibrado, o alviverde perdeu parte de sua confiança. Aliado a isso, o desfalque de algumas peças essenciais ao esquema de Gilson Kleina desestruturou o ritmo da equipe e mostrou que o fantasma que representa os recentes rebaixamentos e eliminações ainda desestabiliza os palestrinos. 

Campanha: 17J-12V-2E-3D-29GP-14GC

Maior Destaque: Alan Kardec. Participativo, tornou-se o homem-gol do time

Melhor Aposta: Wellington. Revelação da base, agarrou a chance que teve e virou titular.

Maior Decepção: Mazinho. Desde a volta do empréstimo perde cada vez mais espaço.  

Logicamente que o Santos é amplo favorito à conquista de seu vigésimo primeiro título. Obviamente, deve aprender com os deslizes dos rivais para não ser surpreendido pelo Galo de Itu. Time para isso, o Peixe tem. De sobra.

Nenhum comentário: